A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, a primeira líder de extrema-direita do país desde a Segunda Guerra Mundial, bloqueou o registo de crianças por parte de famílias homoparentais.
A Itália não tem proteções formais para famílias homoparentais. Em 2016, a Itália legalizou as uniões entre pessoas do mesmo sexo, mas não concedeu direitos de adoção iguais entre casais. Na altura, houve uma forte oposição de grupos católicos e conservadores.
Giorgia Meloni enviou esta semana uma ordem à Câmara Municipal de Milão para que pare de registar crianças de casais do mesmo sexo como filhos e filhas dos dois membros do casal. Esta é uma medida condenada pela esquerda e por ativistas como “discriminatória” e “homofóbica”.
Diferentes municípios têm aplicado a lei protetora e vários tribunais já a confirmaram, apesar de outros terem interpretado em sentido contrário o vazio legal.
“Se o futuro está nas mãos das novas gerações, como dizem, então devemos reunir-nos em torno das famílias arco-íris e juntar-nos à luta [de Giuseppe] Sala e outros presidentes em Itália. Ninguém deve ficar para trás, para garantir que nossos filhos e filhas cresçam num mundo no qual nos possamos orgulhar.”
Mario Mieli, ativista
“A homofobia não é só a violência, a homofobia é também a arreigada convicção de que as pessoas do mesmo sexo são menos dignas ou capazes do que as pessoas heterossexuais de criar os seus filhos”, comentou o senador Ivan Scalfarotto, do partido Italia Viva.
Meloni foi eleita em setembro de 2022, tornando-se a primeira primeira-primeira de Itália. Disse na altura que “governaria por todas as pessoas”, mas as suas posições contra o aborto, os direitos LGBTQ+ e a imigração sugerem o contrário.
Sala disse que respeitaria a ordem de Meloni, mas continuará a lutar para melhorar os direitos das famílias homoparentais e das suas crianças.
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