Numa entrevista, Liv Hewson, artista não binária que interpreta Van Palmer em Yellowjackets, falou sobre se afirmar como pessoa não binária, ignorar o discurso de ódio, bem como realizar o seu sonho de uma década em fazer cirurgia de afirmação de género.
“Quando falam sobre cirurgia de afirmação de género com palavras como ‘mutilação’, isso não é muito simpático“, disse Hewson. “É assim que você pensam sobre as pessoas que fizeram cirurgia para outras coisas? É uma reação de nojo, e eu não o considero como um ponto legítimo de discurso. Eu não tenho que entreter essas pessoas e não vou fazê-lo. É um desperdício de tempo, é puro instinto, não está fundamentado na realidade e não é útil.”
Liv Hewson também reforçou que não vai entreter o nojo de ninguém pelo seu próprio corpo. “É o meu corpo, é saudável, forte e bonito, e não há nada de errado com ele.”
“Nunca me senti uma pessoa tão estável, presente e viva. É a melhor coisa que já fiz por mim. Ensinou-me muito.”
Ao longo da conversa, Hewson falou abertamente sobre como a disforia de género afetou a sua adolescência. Referiu ter sentido “um sofrimento inarticulado, um desconforto nebuloso”, que provocou uma luta contra a anorexia enquanto buscava o controlo sobre o seu corpo.
Liv Hewson tem levado a sua voz pela visibilidade não binária
Agora Hewson não apenas se afirmou como pessoa não binária como o fez com orgulho. Está também a tomar posições importantes pela comunidade não binária tendo optado por não participar nas nomeações aos Emmys devido a categorias de género.
“O meu problema é tão estrutural”, disse Hewson. “Na melhor das hipóteses, em termos de carreira, eu, hipoteticamente, seria receberia a indicação para um Emmy, o que seria uma honra. Então o melhor cenário é que eu, hipoteticamente, ganharia. E iria para casa com um troféu que diz ‘atriz’ nele. Eu não quero isso.”
“Não é um pouco bizarro que haja um trabalho que é sobre homens e mulheres e o resto [das categorias] não seja?“