Espanha: Árbitro Jesús Tomillero Recebe Ameaças De Morte

O árbitro espanhol Jesús Tomillero viu-se obrigado a abandonar a arbitragem de futebol após assumir a sua homossexualidade em maio passado, porque já não aguentava mais os insultos dos adeptos de futebol. Segundo o árbitro, “ia para os encontros com medo e isso não podia ser”. No entanto, dado o seu gosto pela sua actividade de árbitro, decidiu regressar esta época. No passado Sábado foi insultado em pleno jogo por um adepto na bancada que lhe gritou palavras homofóbicas. Tomillero decidiu interromper a partida e mandou expulsar o adepto que o agrediu verbalmente.

O incidente ocorreu durante o jogo entre o CD La Salle e o Atlético Zabal e foi o ponto de partida para as ameaças de morte que Tomillero veio a receber nos dias seguintes, nas redes sociais, depois de ter anunciado que ia fazer queixa deste adepto:

https://twitter.com/Jesustomille/status/774690235607355392/photo/1

 

Algumas das mensagens que lhe foram enviadas referiam que o jovem árbitro “não tinha muito tempo de vida” e para “se preparar para o que estava para vir”. Uma das mensagens tinha inclusive uma imagem de uma pistola e balas com a descrição “não tens muito tempo para viver, maricas”.

Tomillero decidiu apresentar queixa à polícia espanhola que está agora a investigar o caso a nível. “Há polícias a vigiar a minha casa 24 horas por dia, mas mesmo assim estou assustado e não sei o que poderá acontecer”, admitiu.

O desporto continua a ser um mundo onde a homofobia é ainda muitas vezes tolerada e considerada expectável. E mesmo em Espanha, onde existem clubes que se associam activamente à luta contra a homofobia, continuam a surgir casos como o de Tomillero. Basta recordar, aliás, que a própria UEFA recusou homenagear as vítimas do atentado de Orlando com a desculpa de este ser “irrealista”.

Há pois que informar as pessoas e, em particular, os adeptos e adeptas, abraçando estas causas e assumindo a sua posição explicitamente. Este é um problema ainda em Portugal, onde é quase nulo o apoio de grandes federações e clubes desportivos à causa LGBT. Um ponto (ou golo) que precisa ser marcado.

Fontes: Expresso e Telecinco.

Por Pedro Carreira

Ativista pelos Direitos Humanos na ILGA Portugal e na esQrever. Opinião expressa a título individual. Instagram/Twitter/TikTok/Mastodon/Bluesky: @pedrojdoc

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