Abdullah Al Ansari, um dos principais responsáveis por garantir a segurança do próximo Mundial de Futebol no Qatar, admitiu que pode vir a optar por proibir a exibição de bandeiras LGBTI nos estádios de futebol.
O dirigente local do Campeonato do Mundo de Futebol explicou que a medida tem como objetivo “proteger” as pessoas adeptas que utilizem bandeiras ou outro tipo de símbolos, uma vez que o Qatar é um país conservador.
Organização responsabiliza potenciais vítimas
“Se ele [um adepto] erguer uma bandeira arco-íris e eu a retirar, não é por querer mesmo retirá-la para o insultar, mas sim para o proteger. Porque, se não for eu, alguém poderá atacá-lo. Não posso garantir o comportamento de toda a gente“, afirmou.
“Não há, verdadeiramente, necessidade de erguer essa bandeira [do Orgulho LGBTI], neste momento (…). Se querem demonstrar a vossa visão, demonstrem-na numa sociedade onde seja aceite“, reiterou Ansari.
Uma pessoa virá ao Qatar para assistir a um jogo de futebol, “não para demonstrar um ato político“, prosseguiu o dirigente do Mundial de Futebol. “Que veja o jogo, mas não venha cá insultar toda a sociedade“, rematou.
Direitos Humanos voltam a ser centro das atenções e das preocupações
Tal como no Campeonato Europeu de Futebol em 2021, o tratamento de fãs da comunidade LGBTI no Mundial de Futebol do Qatar é alvo de preocupação. São várias as entidades ligadas ao futebol e ao movimento nos últimos meses têm levantado questões sobre o assunto. A rede FARE, que monitora eventuais casos de discriminação nos jogos, pediu que haja respeito com fãs durante a disputa do Mundial.
“A ideia de que a bandeira [do Orgulho LGBTI], que é reconhecida universalmente como símbolo da diversidade e igualdade, será retirada das pessoas para protegê-las não será considerada aceitável. E será encarada apenas como um pretexto (para o preconceito)”, afirmou Piara Powar, diretor executivo da FARE.
Com ou sem bandeiras do Orgulho LGBTI, o Mundial de Futebol do Qatar arranca a 21 de novembro.
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