Dilma Rousseff: “Este é um golpe misógino, homofóbico e racista”

Dilma Rousseff foi hoje destituída da presidência do Brasil pelo Senado, num momento em que a mesma considera “uma inequívoca eleição indireta, em que 61 senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos“. Dilma acrescenta ainda no seu discurso oficial:

O golpe é contra os movimentos sociais e sindicais e contra os que lutam por direitos em todas as suas acepções: direito ao trabalho e à proteção de leis trabalhistas; direito a uma aposentadoria justa; direito à moradia e à terra; direito à educação, à saúde e à cultura; direito aos jovens de protagonizarem sua história; direitos dos negros, dos indígenas, da população LGBT, das mulheres; direito de se manifestar sem ser reprimido.

O golpe é contra o povo e contra a Nação. O golpe é misógino. O golpe é homofóbico. O golpe é racista. É a imposição da cultura da intolerância, do preconceito, da violência.

Dilma diz que ainda não baixou os braços e vai lutar contra um processo que considera “uma fraude, contra a qual ainda vamos recorrer em todas as instâncias possíveis“. Deste lado do Atlântico ficamos extremamente preocupados com os contornos religiosos, machistas e pouco (ou nada) democráticos que esta destituição teve. O Brasil merece melhor.

 

Por Pedro Carreira

Ativista pelos Direitos Humanos na ILGA Portugal e na esQrever. Opinião expressa a título individual. Instagram/Twitter/TikTok/Mastodon/Bluesky: @pedrojdoc

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