Monumento às vítimas LGBTQ+ do Holocausto vandalizado em Berlim

Um memorial dedicado às pessoas LGBTQ+ que morreram durante o Holocausto nazi foi vandalizado em Berlim. As autoridades alemãs estão a investigar se há uma ligação entre outros dois ataques incendiários que foram realizados no centro da capital alemã.

Uma pessoa não identificada atirou um objeto em chamas ao memorial nas primeiras horas da manhã de sábado com uma nota contendo uma versão modificada de um versículo da Bíblia sobre pessoas gays. O monumento, que foi erguido em 2008, não sofreu danos permanentes.

Mais tarde, uma caixa de livros no “Gleis 17”, ou Plataforma 17, memorial do Holocausto em Grunewald, foi também incendiada. Um homem terá deitado fogo à caixa dentro de uma antiga cabine telefónica que serve como um local gratuito de troca de livros. A maioria dos livros – sobre a vida judaica em Berlim durante a era nazi e a perseguição das pessoas judias – foi destruída pelo incêndio.

Estamos em choque com a energia incitante de ambos os atos e esperamos que a pessoa responsável seja detida rapidamente”, disse a Associação de Lésbicas e Gays berlinense.

A comunidade LGBTQ+ também foi perseguida e assassinada durante o Holocausto

Até cerca de 15.000 homens gays foram enviados para campos de concentração durante o Holocausto devido à sua sexualidade. Foram assassinados, castrados ou usados em horrendas experiências médicas em campos de concentração. Também nesses campos, milhares de lésbicas, pessoas trans e profissionais do sexo foram detidas em condições brutais. Nazis chamavam-nas de “anti-sociais”, “criminosas” ou “loucas”.

Mesmo após a libertação dos campos de concentração, muitas pessoas LGBTQ+ foram novamente presas dadas as políticas homofóbicas que as consideravam criminosas sexuais.

Foi apenas a partir das décadas de 1970 e 1980 que, finalmente, começaram a surgir Governos a reconhecer os homossexuais como vítimas do Holocausto. Historiadores ignoraram por completo a questão da perseguição aos homossexuais até essa altura. Só nesses anos começou a surgir alguma visibilidade baseada, também, nas memórias publicadas por sobreviventes.

Apenas em 2002 é que um Governo alemão pediu formalmente desculpa à comunidade LGBTQ+.

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