Texto: O Presente

É com prazer que partilhamos hoje convosco um texto que nos foi enviado por um leitor do blog (obrigado!), assim conta:

Este não é um mero presente!
Talvez seja o maior presente a receber ou talvez nem sequer um presente seja…
É o grito da voz silenciosa que inunda as entranhas que de mim fazem um homem. Este homem. Este puto dedicado a cometer a falácia de tentar exprimir o paradoxo deste grito inaudível. Inaudível à plebe geral e generalista que acredita sentir de forma banal, (como que se tal fosse possível) esta explosão emocionante de tantas emoções que me pertencem. Essa plebe que não ouve nem me queria deixar ouvir.
Ao meu redor: vejo um céu repleto de estrelas banais que, apesar de brilhos desfalecidos e extintos, teimam em acreditar que aquilo que vivem ainda é brilhar. Afinal é tão escuro que me faz sentir deslocado desse céu estrelado porque, finalmente, ao contrário destas constelações, comecei verdadeiramente a cintilar. Apareci recentemente no céu com este par de flashes cintilantes no meu rosto de tanto viver… de tanto ver e tanto sentir…
No final de contas sou novo… Novo não… Finalmente posso dizer que sou Eu.
Brilho como nunca brilhei e sinto como nunca senti!
Ainda não tenho uma constelação mas faço-me acompanhar de uma estrela que por mim brilhará eternamente e cada vez mais brilhantemente… E essa estrela faz me feliz… Podia ser a lua. Mas não preciso, nem quero. Por ser exatamente assim é que ilumina as minhas noites, mexe nas minhas marés, influencia o meu dia-a-dia! E não. Não quero nada mais, a não ser isto, a não ser tu…
E exatamente por seres tu. E eu. Finalmente este Eu! Que agora grito…
E, por mais incrível que tudo isto seja, sei que jamais gritarei sozinho…

Luís Salvador

Por jluispsalvador

Sei que não és como eu Apenas tu, Ser que sofreu… Animal andante, Ser (demasiado) pensante. Julieta que acredita num Romeu. Queria que fosses tu podendo ser eu Não sendo sequer mais que ninguém sou aquele que o teu ser procura, na busca de mais um dia de ajuda. Quando quero de ti, Não espero. Não desespero. Apenas sinto sincero que as coisas não têm que ser assim. Sinto-te longe. Tenho medo do fim. Não ouviste ninguém, nem sequer a mim. Dei o meu máximo e tu retribuíste Sinto-me impotente e tu não sentiste Estou só. Apenas comigo. Impaciente. Chateado. Só. Isolado. Sinto falta de ti. Por vezes penso que gostava que fosses eu… Forte e pensante, estupidamente criança, Sóbria e estridente! Nada mais que um ser sorridente Simples como mais uma nuvem no céu. Não vás por ai! São vários os caminhos e difíceis as escolhas. Asfixia total, nada mais que superficial, A vida é (tão simplesmente) assim. Porque a racionalidade é demasiado humana, Não passa sequer de uma escolha predestinada Apenas uma vida aparentemente sem início, nem meio ou fim. Eu continuo aqui. Tu estarás sempre aí. A vida nunca será fácil, nem bela, nem o esperado. Vive comigo este turbilhão Sente nas veias a emoção E se te sentires só lembra-te: estou aqui Procura esse abraço e a vida sorrirá para ti.

2 comentários

    1. Pedro Carreira – Portugal – Ativista pelos Direitos Humanos na ILGA Portugal e na esQrever. Opinião expressa a título individual. Instagram/Twitter/TikTok/Mastodon/Bluesky: @pedrojdoc
      pedro_jose diz:

      Obrigado! Iremos continuar a publicar textos nossos e de quem nos envie 🙂

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