Texto: O dia em que por amor não O fiz

Uma mesa. Três pessoas.
Um silêncio. Um amor. Três paixões.
Rodeado por esse bafo quente de uma cozinha frenética quero gritar ali que sou feliz. Deixar asas, ventos e céus finalmente darem-me coragem para aquilo por que tanto anseio.
Transpiro. Tremo.
Vejo ali mil oportunidades, mil desafios e mil resultados.
Vejo ali, em mim, mil pecados, s/cem soluções. Desilusões.
E lembro-me freneticamente daquelas duas pessoas. Tudo o que elas representam, tudo o que elas aumentam:
Medo. Fracasso. Incompreensão. Vazio e solidão?
Esta é a minha ceia de Natal.
Este é o meu sonho e este continuará a ser o meu pesadelo.
Amanhã será Natal outra vez e Eu serei sem o ser e eles continuarão sem me conhecer.

Luís Salvador

 

Fonte: Imagem de dankrusi.


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Respostas de 2 a “Texto: O dia em que por amor não O fiz”

  1. […] festivos nem sempre há uma união genuína da família e algumas pessoas, em especial as LGBT, sofrem muitas vezes frustrações causadas por um sujo acordo que lhes é imposto. Por isso há que rasgar esses acordos e […]

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  2. […] nem sempre vivemos uma união genuína da família e algumas pessoas, em especial as LGBTI, sofrem muitas vezes frustrações causadas por um “sujo acordo” que lhes é por vezes imposto. Existem também aquelas […]

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