Pode parecer contra-lógico, dada a imagem da Suécia como um dos países mais evoluídos no que toca à proteção das pessoas, nomeadamente as LGBTI, mas a verdade é que até 2013 foram realizadas esterilizações forçadas a pessoas trans que quisessem ver o seu género reconhecido pelo Estado. Estima-se que, entre 1972 e 2013, mais de 600 pessoas trans tenham sido esterilizadas na Suécia.
Após ser considerada anti-constitucional e abolida a precedência da esterilização para que fosse validada a mudança legal de género, foi, por fim, aprovada na semana passada uma compensação a estas pessoas pelo tratamento que receberam ao longo de cinco décadas. Cada uma delas irá receber cerca de 22.000 Euros a partir de 1 de maio.
Temos lutado por isso desde 2013, quando a exigência de esterilização para mudar o sexo legal foi abolida. O dinheiro não pode desfazer o mal de perdermos as habilidades reprodutivas, mas a compensação monetária é um passo importante para que o Estado tome medidas pelas pessoas que foram sujeitas àqueles tratamentos – Emelie Mire Åsell (porta-voz de assuntos Trans e Intersexo da RFSL)
Esta não é a única exigência que a associação pelos direitos das pessoas LGBTI na Suécia, a RFSL, tem. Para além da indemnização, é agora esperado um pedido de desculpas oficial por parte do Estado:
Através de todo este processo, a RFSL exigiu que o Estado, além da compensação monetária, pedisse desculpas a toda a comunidade trans. Agora esperamos que o governo sueco decida organizar uma cerimónia onde um pedido de desculpas possa ser dado para que possamos deixar esta parte verdadeiramente sombria da história sueca para trás – Magnus Kolsjö (Presidente da RFSL)
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