Carta Aberta Para Representação de Pessoas Trans Pretende “Transformar Hollywood”

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A Variety dedicou a sua última edição à representatividade trans em Hollywood, uma iniciativa com o nome “Transform Hollywood“. Para além da capa com três pessoas trans do meio – Laverne Cox, Chaz Bono e Alexandra Billings – o foco é uma carta aberta assinada por 48 agências de talento, produtoras ou associações que representam pessoas trans e pretendem, em conjunto com a GLAAD e a iniciativa 5050by2020.com, mudar o paradigma da sua representação nas histórias que lhes dizem respeito. Assinalam que as pessoas trans continuam a ser as pessoas mais discriminadas e violentadas da comunidade LGBT: nos últimos 18 meses apenas 44 mulheres trans, quase todas não-brancas, foram assassinadas; o desemprego é três vezes a média nacional; 40% das pessoas trans tentam suicídio, dez vezes mais do que a população geral. Números alarmantes que tornam ainda mais vital que as suas vozes sejam ouvidas porque estamos a lutar pela nossa sobrevivência.

Isto acontece depois da última polémica com Scarlett Johansson, que decidiu desistir do seu papel em Rub & Tug, em que interpretaria um homem trans. Nada de novo. Aliás, a regra é as histórias das pessoas trans serem contadas por outras que não as representam de todo.  À primeira vista não é pernicioso se as histórias forem contadas na mesma. Mas depois percebemos que estão a retirar lugar a pessoas que querem contar as SUAS histórias e ser exemplos de sucesso para uma comunidade em constante perigo.

Por isso há que saudar esta iniciativa e esperar que seja o começo de uma viragem na forma como somos representados e representadas nas nossas histórias. No passado era simplesmente suficiente elas serem contadas, expostas, normalizadas, aceites. Neste momento é preciso deixar-nos ser os seus intérpretes, narradores e autores. Precisamos mesmo de o exigir. O tempo de tolerância acabou, é preciso lutarmos pela aceitação. Total.

Fonte: TheVerge


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