Milão: Multidão protesta contra restrição da adoção de crianças por famílias homoparentais

Milão: Multidão protesta contra restrição da adoção de crianças por famílias homoparentais
Mulher segura um cartaz onde se lê “explica tu ao meu filho que eu não sou a mãe dele”

Centenas de pessoas protestaram nas ruas em Milão em Itália contra a decisão do governo de Giorgia Meloni para restringir os direitos das famílias homoparentais. Meloni é a primeira líder de extrema-direita do país desde a Segunda Guerra Mundial.

Explica tu ao meu filho que eu não sou a mãe dele“, leu-se num cartaz no meio a um mar de bandeiras do arco-íris que encheu uma das praças centrais da cidade.

A Itália legalizou as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo em 2016. Na altura, a oposição da Igreja Católica significou que o direito à adoção não se concretizou.

As decisões têm sido tomadas caso a caso pelos tribunais, à medida que pais e mães tomam medidas legais, embora algumas autoridades locais tenham decidido agir unilateralmente.

Milão estava a registar crianças de casais do mesmo sexo, mas Giuseppe Sala, presidente de centro-esquerda, revelou terem parado depois de ordens do Ministério do Interior.

É um passo atrás óbvio do ponto de vista político e social, e eu coloquei-me no lugar daqueles pais e mães que pensaram que poderiam contar com essa possibilidade em Milão”, disse, prometendo lutar contra a mudança.

Fabrizio Marrazzo, do Partido Gay, disse que cerca de 20 crianças estavam à espera para serem registadas em Milão, condenando a mudança como “injusta e discriminatória”.

Uma mãe ou um pai que não seja legalmente reconhecida pode enfrentar enormes problemas burocráticos, com o risco de perder o filho ou filha se o progenitor registado falecer ou a relação do casal terminar.

A primeira-ministra Giorgia Meloni coloca um forte ênfase na família tradicional. “Sim às famílias naturais, não ao lobby LGBT!”, disse num discurso no ano passado antes da sua eleição.

A Itália votou recentemente contra um plano da União Europeia para obrigar os estados membros a reconhecer os direitos das famílias homoparentais concedidos noutros estados.


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