O US Open, que está a decorrer em Nova Iorque, homenageou o antigo tenista Brian Vahaly num momento de inclusão no desporto.
Antes da partida com Carlos Alcaraz, vencedor do torneio em 2022, a organização fez uma pausa para celebrar Brian Vahaly, o primeiro jogador masculino no top 100 a assumir-se publicamente como gay.
Vahaly, que atualmente é o primeiro vice-presidente da Associação de Ténis dos Estados Unidos, participou do lançamento de moedas com o seu marido, Bill, e os seus dois gémeos, Parker e Bennett.
Foi um momento especial dada a escassez de jogadores masculinos em competição num dos maiores torneios de ténis do Mundo.
Vahaly, de 44 anos, revelou a sua orientação sexual pela primeira vez durante uma entrevista à Sports Illustrated em 2017. O tenista disse que não foi capaz de aceitar totalmente sua identidade gay até abandonar os cortes de ténis.
“Depois de eu abandonar a competição tive realmente que fechar o círculo comigo mesmo, entender quem sou como pessoa, para onde era o meu caminho. Estou feliz, tive que aceitar a minha sexualidade e isso não foi fácil, especialmente vindo de uma formação desportiva”, disse na altura.
“Foi uma longa curva de aprendizagem e estou feliz por estar do outro lado agora.”
Brian Vahaly foi número 64 em 2003 no ATP Score, um ano em que derrotou três dos 10 melhores jogadores. Mas uma lesão acabou por obrigá-lo a abandonar a carreira. Embora a lesão tenha sido devastadora, Vahaly diz que lhe deu espaço para dar um passo atrás e avaliar a sua vida.
“Simplesmente não me senti seguro ou incluído no campo desportivo. Mais especificamente, o ténis era um ambiente muito conservador”, disse em 2021.
Enquanto duas das atletas LGBTQ mais icónicas já jogaram nos campos femininos, Billie Jean King e Martina Navratilova, o ténis ainda não é um espaço seguro para atletas LGBTQ+ hoje em dia, especialmente para homens.
Outro dos grandes nomes do ténis mundial, Margaret Court, não tem ajudado à inclusão de tenistas LGBTQ+. Court, que ganhou 24 títulos durante a sua carreira, atacou rotineiramente casais do mesmo sexo. Disse inclusive que famílias homoparentais estão a privar os seus filhos e filhas da normalidade. Afirmou também que a legalização do casamento entre pessoas do mesmo género representa o fim do Natal.
Vahaly respondeu na altura às declarações de Court:. “Eu encorajaria Margaret a passar tempo com gays que têm famílias. Os gays não acordam apenas com as crianças. É uma experiência séria, intensa e exaustiva que leva anos e muito dinheiro”, disse.
“Na minha experiência, descobri muitas vezes que a maioria das pessoas que discriminam e estereotipam pessoas ou famílias tendem a não ter conhecimento em primeira mão. Acho que se ela conhecesse os pequenos Parker e Bennett e realmente entrasse em nossa casa, ela entenderia por que as suas palavras foram tão dolorosas para tantas pessoas.”
