O ícone da moda italiana Donatella Versace condenou o ataque aos direitos das pessoas LGBTI+ por parte do governo italiano liderado por Giorgia Meloni.
“O nosso governo está a tentar retirar os direitos das pessoas viverem como quiserem“, disse a estilista no passado domingo. Versace apontou críticas à política em que o nome da mãe não biológica é removido das certidões de crianças de casais lésbicos. “Estão a restringir as nossas liberdades“, disse.
“Devemos lutar pela liberdade, numa época em que pessoas trans sofrem uma terrível violência, uma época em que filhos de casais do mesmo sexo não são considerados seus filhos, uma época em que as vozes das minorias são atacadas por novas leis”, disse Donatella Versace.
O seu discurso recebeu uma ovação de pé em Milão, onde Versace recebeu um prémio humanitário.
Ativistas dos direitos das pessoas LGBTI+ elogiaram-na por desafiar as ações do governo e pediram a toda a comunidade da moda italiana que fizesse mais pela causa. “Donatella Versace foi a primeira pessoa em Itália a ser tão clara e explícita diante da política homofóbica do governo”, disse Franco Grillini, um ativista italiano. “Ela é um dos nomes mais importantes da moda, e convido outros a seguir o seu exemplo.”
Donatella é a diretora criativa da casa de moda fundada pelo seu irmão Gianni Versace desde o seu assassinato em 1997. A designer Versace relembrou o seu irmão Gianni no seu discurso:
“Eu tinha 11 anos quando o meu irmão Gianni me disse que era gay. Para mim não mudou nada. Eu amava-o e não me importava quem ele amava”, rematou.