Itália começa a cancelar certidões de crianças com duas mães em novo ataque às famílias arco-íris

Itália continua a avançar no seu ataque às famílias arco-íris. O governo italiano, liderado por Giorgia Meloni, começou esta semana a retirar retroativamente casais homossexuais do vínculo legal aos seus filhos e filhas.

33 casais lésbicos receberam uma notificação do Ministério Público que exige o cancelamento das certidões de nascimento das suas crianças, alegando que o nome da mãe não biológica deveria ser removido. A medida acontece depois de em março o governo ter bloqueado a adoção por parte de famílias arco-íris.

Esta semana, três crianças nascidas de mães lésbicas em Itália terão tido as suas certidões de nascimento alteradas para remover uma das mães. Michela, uma das primeiras a ser afetada, disse que “chorou durante dez dias quando abri a carta [e recebi a notícia]”. A mãe de Giulia, que mora em Bérgamo, no norte da Itália, acrescentou: “Era como se não existisse.”

A carta enviada afirmava que a inclusão de Michela na certidão de nascimento de Giulia era “contrária à ordem pública“.

Um ataque às famílias que desprotege as crianças

Agora, apenas a mãe legalmente reconhecida de Giulia tem direitos parentais sobre questões como a sua escolaridade e a sua saúde.

Michela poderá ter de deixar de ir buscar Giulia à escola sem uma autorização por escrito da companheira. Mais, se a sua companheira falecer, a sua filha corre o risco de ser retirada da casa da família e colocada sob a Tutela do Estado.

Alessia Crocini, presidente da Rainbow Families disse que “este governo é a expressão máxima da homofobia. Meloni diz que para crescer bem, uma criança precisa de mãe e pai. Isso mesmo que décadas de estudos digam o contrário. É um insulto para centenas de milhares de famílias com dois pais e duas mães“.

Em março passado, centenas de pessoas protestaram nas ruas em Milão em Itália contra a decisão do governo de Giorgia Meloni para restringir os direitos das famílias homoparentais.

Meloni é a primeira líder de extrema-direita do país desde a Segunda Guerra Mundial.

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