
Relatório revela que o discurso de ódio anti-trans extremo permanece disseminado no Instagram, Facebook e Threads. Todas as publicações mencionadas no relatório foram reportados pela GLAAD através dos sistemas padrão de denúncia da Meta, que respondeu não considerar os posts violadores das suas regras ou simplesmente não agiu.
Enquanto as receitas da empresa de milhares de milhões de dólares disparam, a Meta continua a dispensar equipas críticas de confiança e segurança, dependendo cada vez mais de sistemas de Inteligência Artificial ineficazes para a moderação de conteúdo. As falhas da Meta têm provocado críticas e preocupações repetidas do Conselho de Supervisão, um órgão independente que faz decisões de moderação de conteúdo não vinculativas mas que estabelecem precedentes nas plataformas da Meta.
Caracterizados por discursos alarmistas, mentiras, teorias da conspiração, figuras desumanizantes e retórica violenta, estes posts, muitos de contas com alto número de seguidores, visam aumentar o envolvimento, gerar receita e semear narrativas odiosas sobre pessoas trans, não-binárias e de género não conforme. Estas contas lucram com tal ódio, assim como a Meta. Entretanto, pessoas LGBTQ e outros grupos-alvo experienciam um número crescente de danos reais bem documentados, resultantes destas campanhas de propaganda anti-LGBTQ a longo prazo, permitidas pela Meta nas suas plataformas.
Denúncia de discurso de ódio anti-trans no Facebook e Instagram já remonta a 2023
Em junho de 2023, mais de 250 celebridades LGBTQ, figuras públicas e pessoas aliadas, em carta aberta coordenada pela GLAAD e pela Human Rights Campaign, apelaram à Meta e outras empresas de redes sociais para combaterem a epidemia de ódio anti-trans nas suas plataformas.
Na carta citaram mentiras prejudiciais sobre a saúde transgénero, narrativas maliciosas anti-LGBTQ de “predadores” e o constante bullying e assédio a figuras públicas trans. Entre os signatários estavam Elliot Page, Laverne Cox, Jamie Lee Curtis, Shawn Mendes, entre outros nomes. A carta teve ampla cobertura mediática nacional.
A metodologia do relatório agora apresentado incluiu a denúncia de todo o conteúdo através dos sistemas padrão de denúncia da Meta de junho de 2023 a março de 2024. Exemplos de violação de políticas incluem: uso de insultos anti-trans extremos; uso de retóricas desumanizantes maliciosas; assédio direcionado e incitamento à violência; discurso violento direcionado; e chamadas codificadas intencionais para a “erradicação” genocida.

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