Redes Sociais: Índice de Segurança revela necessidade de melhorias urgentes pela proteção das pessoas LGBTQIA+

Redes Sociais: Índice de Segurança revela necessidade de melhorias urgentes pela proteção das pessoas LGBTQIA+

A GLAAD lançou o relatório anual onde destacou as pontuações das principais redes sociais em relação à segurança, privacidade e expressão da comunidade LGBTQIA+. O relatório Social Media Safety Index (SMSI) & Platform Scorecard de 2024 avalia seis grandes plataformas: Facebook, Instagram, Threads, X/Twitter, YouTube e TikTok, com base em 12 indicadores específicos para a comunidade LGBTQIA+.

Pontuações das Redes Sociais em 2024 face à proteção das pessoas LGBTQIA+:

  • TikTok: 67%
  • Facebook: 58%
  • Instagram: 58%
  • YouTube: 58%
  • Threads: 51%
  • X/Twitter: 41%

Principais Conclusões

O ranking revela melhorias em todas as redes sociais face à proteção das pessoas LGBTQIA+, com exceção das plataformas do grupo Meta (Facebook e Instagram). Ainda assim, o X/Twitter continua a ser a única plataforma estudada com pontuação negativa (41%).

  • A retórica anti-LGBTQIA+ nas redes sociais traduz-se em danos reais fora do mundo digital.
  • O discurso de ódio e a desinformação anti-LGBTQIA+ continuam a ser uma questão alarmante de saúde e segurança públicas.
  • As plataformas falham em mitigar este ódio e desinformação perigosos e aplicam inadequadamente as suas próprias políticas.
  • Há uma supressão desproporcional de conteúdos LGBTQIA+, incluindo remoção, desmonetização e shadowbanning (banida sem conhecimento).
  • Falta de relatórios de transparência eficazes e significativos por parte das plataformas.

O ódio e a desinformação anti-LGBTQIA+, especialmente o ódio anti-trans, continuarão a ser um problema extraordinariamente prejudicial e perigoso, e sem dúvida, irão escalar nas redes sociais.” – Sarah Kate Ellis, Presidente e CEO da GLAAD.

Há uma relação direta entre os danos online e as centenas de ataques legislativos anti-LGBTQIA+, taxas crescentes de violência anti-LGBTQIA+ no mundo real e tópicos de violência, pelos quais as plataformas de redes social são responsáveis e devem agir com urgência para enfrentar”, rematou Ellis.

Recomendações principais da GLAAD

  • Reforçar e aplicar políticas existentes que protejam pessoas LGBTQIA+ de ódio, assédio e desinformação, bem como parar a supressão de expressão LGBTQIA+ legítima.
  • Moderação com conhecimento das necessidades das pessoas LGBTQIA+ nas plataformas em todos os idiomas, contextos culturais e regiões.
  • Ser transparente em relação à moderação de conteúdo, implementação das políticas de termos de serviço, algoritmos e relatórios de aplicação.
  • Respeitar a privacidade dos dados e reduzir a quantidade de dados coletados e retidos, cessando a prática de publicidade de vigilância direcionada.
  • Promover o discurso civil e comunicar proativamente as expectativas para o comportamento das pessoas (incluindo o respeito pelas políticas contra o ódio e o assédio da plataforma).

Recuando apenas 2 anos, a GLAAD deu nota negativas a todas as plataformas no seu relatório, pelo que estes resultados, ainda que tímidos, revelam evolução e responsabilidade por parte das plataformas.

Em Portugal, o “Relatório Pride 2023” encontrou que a comunidade promotora do discurso LGBTQI+ diminuiu 12,05% enquanto o discurso de ódio aumentou 184,85% entre 2019 e 2022.

A importância de espaços seguros e inclusivos online para a comunidade LGBTQIA+ e a necessidade de ação urgente por parte das plataformas de redes sociais para proteger os seus utilizadores continua assim a ser um objetivo e um direito prementes.



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