
Lyle e Erik Menendez poderão sair em liberdade condicional em breve. Os dois irmãos, hoje com mais de 50 anos, cumprem atualmente prisão perpétua pelos homicídios do pai e da mãe em 1989, um caso que na altura chocou os EUA. No primeiro julgamento, os irmãos revelaram abusos sexuais constantes praticados pelo pai, José Menendez, desde a infância. No entanto, a sociedade e o sistema judicial desconsideraram amplamente estas alegações, focando-se na acusação de que teriam matado para obter uma herança milionária.
Após mais de três décadas, o caso voltou à discussão pública, em parte graças a uma série – problemática – da Netflix, motivando o procurador George Gascón, de Los Angeles, a pedir uma nova sentença. Gascón defende que os abusos deveriam ter sido levados em conta no julgamento e propõe agora uma condenação reduzida que lhes permitiria solicitar liberdade condicional.
Gascon explica que, devido à idade que os irmãos tinham na época (menos de 26 anos), a pena poderia ser requalificada para homicídio em segundo grau, com uma possível revisão da sentença para cerca de 50 anos. Isso poderia tornar os irmão Menendez imediatamente elegíveis para a liberdade condicional, reconhecendo que o trauma e o contexto de abuso influenciaram as suas ações.
Este caso levanta questões sobre o papel do abuso sexual em julgamentos criminais e como as vítimas de violência devem ser ouvidas em contexto. A proposta de Gascon destaca a importância de se considerar os abusos na determinação das sentenças, contribuindo para uma visão mais empática e compreensiva da justiça.

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