Há um novo guia para a utilização de linguagem inclusiva em meio académico: Uma ferramenta para a inclusão e o respeito

Há um novo guia para a utilização de linguagem inclusiva em meio académico: Uma ferramenta para a inclusão e o respeito

A Universidade NOVA de Lisboa lançou o “Guia para a Utilização de Linguagem Inclusiva”, com o propósito de promover uma comunicação que reflita uma sociedade mais justa, equitativa e diversa. Desenvolvido em parceria com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), o guia pretende orientar estudantes, pessoal académico e administrativo da NOVA na utilização de uma linguagem que combata estereótipos e assegure que todas as pessoas se sintam representadas.

Lançado em novembro de 2024 no contexto da iniciativa “Novembro é o Mês da Diversidade e Inclusão na NOVA”, o guia enquadra-se nos esforços contínuos da universidade para garantir um ambiente inclusivo. A NOVA reconhece que a linguagem é um poderoso instrumento de inclusão, capaz de fortalecer uma cultura de respeito e empatia. Este compromisso com a igualdade de género e a não discriminação traduz-se agora numa prática concreta: uma linguagem que evita, tanto quanto possível, o masculino genérico, assegurando a visibilidade de todos os géneros.

Estratégias para uma Linguagem Inclusiva

O guia apresenta várias estratégias para tornar a comunicação mais inclusiva, adaptando-se aos contextos específicos da NOVA e com orientações de fácil aplicação. Entre as principais abordagens estão:

  1. Neutralização do Género: O guia recomenda a utilização de termos neutros que evitem a especificação de género. Exemplos incluem “a pessoa candidata” em vez de “o candidato” e “o corpo docente” em substituição de “os docentes”. Através desta neutralização, assegura-se que a comunicação é mais acessível e abrangente, respeitando também pessoas que não se identificam com o sistema binário de género​.
  2. Especificação Explícita do Género: Em alguns contextos, o guia propõe o uso de formas duplas, como “candidatas e candidatos”, ou a inclusão de barras, como em “candidato/a”, para garantir que os dois géneros são referidos de forma explícita. Esta prática evita a invisibilização, por regra a do género feminino, e mostra o compromisso da universidade com uma representação equitativa​. De notar, ainda assim, que nestes casos pessoas não binárias poderão não se sentir contempladas. “Pessoas candidatas” poderá ser uma solução fácil para as incluir.
  3. Evitar Expressões e Termos Discriminatórios: O guia recomenda substituir expressões discriminatórias ou associadas a estereótipos. Por exemplo, o termo “macho-alfa” é substituído por alternativas neutras, e a expressão “pessoa de cor” por “pessoa racializada”. Esta abordagem reflete um cuidado especial com a linguagem, eliminando termos que, mesmo que não intencionalmente, reforçam preconceitos​.
  4. Comunicação Visual Inclusiva: Reconhecendo que a inclusão vai além da linguagem escrita, o guia também aborda a comunicação visual. Sugere a utilização de imagens que retratem a diversidade humana em termos de género, etnia, idade e outras características, de forma que todas as pessoas possam ver-se representadas. Esta prática reforça o compromisso da NOVA em tornar a universidade num espaço onde todas as pessoas se sintam bem-vindas e valorizadas​.

A Importância de um Guia em Constante Evolução

A NOVA definiu o guia como um “instrumento vivo”, reconhecendo que a língua é dinâmica e deve adaptar-se às transformações sociais. Assim, o guia está aberto a atualizações e sugestões, para que possa evoluir e continuar a responder de forma eficaz aos desafios da sociedade atual.

Este lançamento representa mais do que uma mudança linguística – é um compromisso com a justiça social e a inclusão. Ao valorizar e adotar uma linguagem inclusiva, a NOVA posiciona-se como uma universidade que não apenas educa, mas também inspira uma cultura de respeito e igualdade, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e consciente das suas responsabilidades para com todas as pessoas.

O “Guia para a utilização de linguagem inclusiva” pode ser descarregado aqui [.pdf].



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