
Terminou na semana passada What We Do in the Shadows, a aclamada comédia de horror/fantasia em estilo mockumentary, após seis temporadas e muitas histórias queer. Inspirada no filme homónimo de 2014, a série conquistou audiências com o seu humor irreverente, personagens excêntricos e narrativas que exploraram tanto o sobrenatural como as complexidades da condição humana.
Escrito por Sam Johnson, Sarah Naftalis e Paul Simms, o episódio final encerra com humor e emoção os arcos das personagens icónicas: Nandor the Relentless (Kayvan Novak), Leslie “Laszlo” Cravensworth (Matt Berry), Nadja of Antipaxos (Natasia Demetriou), Guillermo de la Cruz (Harvey Guillén), Colin Robinson (Mark Proksch) e The Guide (Kristen Schaal). O fim do documentário é também o final da série o que causa um problema de ansiedade em Guillermo. Afinal, que sentido faz as suas vidas (e mortes)? Afinal, o que há mais além do fora de câmara? Tudo dito e feito, qual o final perfeito para o documentário?
Em entrevista, Kayvan Novak e Kristen Schaal refletiram sobre o final da série e a experiência de participarem num projeto tão único. “É triste… Nunca mais vou estar numa série tão surreal, rápida e estranha como esta”, comentou Schaal, destacando a mistura peculiar de mitologia e humor. Novak acrescentou: “Foi uma jornada incrível. Conheci pessoas maravilhosas e sinto que cresci muito como ator. O mais importante é o impacto que tivemos na audiência.”
O impacto da representação queer em What We Do In The Shadows
Ao longo das suas temporadas, What We Do in the Shadows destacou-se pela sua inclusão e representação LGBTQIA+. Em 2023, a série venceu o prémio da Hollywood Critics Association para melhor Série de Comédia, reconhecendo a forma progressista como aborda a diversidade sexual. Harvey Guillén dedicou o prémio a “qualquer criança latina ou qualquer criança que sempre quis estar na televisão, independentemente da cor da sua pele, da sua sexualidade, do tamanho do seu corpo“, relembrando que ela “é amada e merece ser amada”.
Na quarta temporada, Guillermo teve um momento marcante ao assumir-se como gay. Além disso, em 2020, Paul Simms revelou que todas as personagens principais são pansexuais, sublinhando a fluidez da sexualidade no universo da série. Nandor, por exemplo, possui 37 esposas, incluindo uma esposa-homem. Como ele próprio explica: “Algumas das minhas esposas eram esposas mulheres, algumas delas eram esposas homens; não é assim tão diferente.”
Estes elementos não só trouxeram camadas de profundidade à narrativa como também ofereceram visibilidade importante às experiências queer, integrando-as de forma natural e divertida. A relação entre Guillermo e Nandor foi um exemplo disso, alternando entre momentos hilariantes e comoventes que conquistaram o coração do público.
Uma despedida que deixa saudade
Com um total de 29 nomeações aos Emmy, incluindo três para Melhor Série de Comédia, What We Do in the Shadowsnão é uma das comédias mais originais dos últimos anos, mas também uma celebração do bizarro e do inclusivo. As performances do elenco foram amplamente elogiadas, e o estilo falso-documentário da série transformou o banal em algo extraordinário.
Para fãs que acompanharam esta história de vampiros em Staten Island, o final é uma despedida agridoce. Contudo, como Novak e Schaal sugerem, o impacto da série e o seu legado de humor único e representação LGBTQIA+ continuarão a inspirar novas criações no futuro.
Todas as seis temporadas de What We Do in the Shadows estão disponíveis na MAX para quem quiser reviver (ou descobrir) esta comédia tão especial. Como diria Nandor, “Trust me. Gay is in. Gay is hot. I want some gay. Gay it’s gonna be.”

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