
A partir do próximo ano letivo, França dará um passo decisivo na educação para a igualdade de género e consentimento nas suas escolas. O país irá implementar um programa pioneiro para estudantes a partir dos quatro anos de idade. Esta iniciativa visa combater a violência sexual e sexista, bem como promover uma sociedade mais segura e inclusiva.
“A educação sobre amor, sobre relacionamentos e sexualidade é absolutamente essencial“, explicou a Ministra da Educação Elisabeth Borne.
À medida que estudantes progridem na escolaridade, o programa aprofundará temas fundamentais para a construção de uma sociedade mais equitativa:
- Aos 4 anos: As crianças aprenderão os termos científicos para genitália e irão explorar conceitos de igualdade de género e consentimento. As atividades incluirão cenários de dramatização, como perguntar: “Posso segurar sua mão?” Para ensinar que é aceitável dizer “não.
- Aos 13 anos: Introdução às diferenças entre sexo biológico, género e orientação sexual, promovendo uma compreensão mais ampla da diversidade.
- Aos 14 anos: Exploração da complexidade da sexualidade, abordando o prazer, o amor e a reprodução.
- Aos 16 anos: Reflexão sobre como as diferenças biológicas não determinam comportamentos, expressões ou papéis de género.
Movimentos conservadores criam petição para bloquear medida
“A educação sexual não é do melhor interesse das crianças“, disse a SOS Education, uma associação conservadora próxima da Igreja Católica. Este grupo recolheu mais de 80.000 assinaturas para uma petição contra o que disse ser “um projeto louco” do governo.
A ministra disse ter tido em conta muitas preocupações e, na sua forma atual, o programa menciona a identidade de género sete vezes, abaixo das 15 vezes no seu primeiro rascunho. Além disso, o tema da identidade de género surgirá apenas a partir do ensino médio, não antes. O programa será submetido para aprovação na próxima semana ao Conselho de Ensino Superior de França e este explica que a educação sexual na escola não visa “tomar o lugar de pais, mães e famílias de estudantes“.
A implementação deste currículo reflete o compromisso que França tem em educar as novas gerações para a igualdade, prevenindo desde cedo a discriminação e a violência.

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