
A Tailândia deu mais um importante passo em direção à inclusão e à garantia de direitos para as pessoas trans. No início de 2025, o governo tailandês anunciou que a terapia de reposição hormonal (TRH) será oferecida gratuitamente a toda a sua população trans, como parte dos serviços de saúde pública. Esta decisão histórica ocorre poucos dias após a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo no país, consolidando a Tailândia como um líder regional no que toca aos direitos LGBTQIA+.
Um avanço decisivo para a saúde e os direitos trans
De acordo com o Bangkok Post, o Ministério da Saúde Pública da Tailândia destinou 3,85 milhões de euros ao Gabinete Nacional de Segurança de Saúde para cobrir os custos da TRH. Estima-se que 200 mil pessoas tailandesas trans serão beneficiadas por esta medida. A Tailândia tem uma população trans de mais de 300 mil pessoas, segundo a Asia Pacific Transgender Network.
Anukool Pruksanusak, vice-porta-voz do governo, explicou que a alocação de recursos está diretamente alinhada com a política de igualdade no casamento, enfatizando a importância de cuidar da saúde física e mental de indivíduos com diversidade sexual e de género. Ele destacou que a crescente aceitação das identidades de género diversas e a dependência de terapia hormonal para alinhar a aparência física à identidade de género foram fatores cruciais para a decisão.
A medida visa também combater os riscos à saúde enfrentados por pessoas trans que, sem acesso a cuidados médicos adequados, recorrem à automedicação com hormonas adquiridas sem supervisão. A gratuidade da TRH representa, portanto, não apenas um avanço em termos de direitos, mas também uma iniciativa de saúde pública que pode salvar vidas.
Contexto internacional: esperança versus retrocessos
Enquanto a Tailândia avança, o cenário internacional para os direitos trans é marcado por contrastes. Nos Estados Unidos, por exemplo, a nova administração de Donald Trump tem implementado políticas e assinado ações que colocam em risco a população LGBTQ+ dos EUA e, em especial a trans.
No sentido oposto e também esta semana, França anunciou novos programas de educação que promovem a igualdade de género e o consentimento nas suas escolas. “A educação sobre amor, sobre relacionamentos e sexualidade é absolutamente essencial“, explicou a Ministra da Educação Elisabeth Borne.
A Tailândia emerge como um farol de esperança, mostrando que é possível avançar na direção da inclusão e do respeito às identidades de género. Ainda com desafios pela frente, como a possibilidade das pessoas transgénero poderem alterar o seu género em documentos oficiais, a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a oferta gratuita de TRH são exemplos de como políticas públicas podem promover a igualdade e a dignidade humana.

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