Como a icónica Bea Arthur foi apagada do Departamento de Defesa dos EUA e como importa que não seja esquecida

Como a icónica Bea Arthur foi apagada do Departamento de Defesa dos EUA e como importa que não seja esquecida

Bea Arthur, conhecida pelo seu papel icónico em “The Golden Girls”, foi uma figura marcante tanto no entretenimento como na luta pelos direitos LGBTQ+. A sua vida e carreira são um testemunho do seu compromisso com a inclusão e a igualdade. Agora tornou-se na última vítima da purga da DEI do Departamento de Defesa dos EUA.

Bea Arthur, nascida Bernice Frankel, teve uma carreira longa e diversificada. Ela trabalhou em Broadway e em várias sitcoms, incluindo “All in the Family” (1971) como Maude Findlay, seguida por “Maude” (1972), que lhe valeu um Emmy. Mais tarde, foi estrela em “The Golden Girls” (‘Sarilhos com Elas’ em Portugal e ‘Supergatas’ no Brasil, 1985) como Dorothy Zbornak, uma professora substituta de humor cáustico. Por este papel ganhou outro Emmy.

A série icónica é, aliás, uma das poucas em que todo o seu elenco principal venceu um Emmy. Juntando-se assim as igualmente celebradas Rue McClanahan (Blanche), Betty White (Rose) e a Estelle Getty (Sophia).

A série foi pioneira na forma como abordou temas controversos como o envelhecimento, a amizade e a independência das mulheres, bem como a crise da SIDA, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e os direitos da comunidade LGBTQ.

Bea Arthur fez serviço militar e ofereceu apoio à comunidade LGBTQ+

Bea Arthur fez serviço militar e ofereceu apoio à comunidade LGBTQ+
Foto de serviço de Bernice Frankel (Bea Arthur, 1943).

Antes da sua carreira no entretenimento, Bea Arthur serviu nas forças armadas. Ela foi uma das primeiras mulheres a juntar-se à Reserva Feminina do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Serviu como datilógrafa, motorista de camião e despachante, sendo dispensada com honra como sargento em 1945.

Bea Arthur foi uma aliada incansável da comunidade LGBTQ+. Após a sua morte em 2009, deixou 300.000 dólares a um abrigo para jovens homossexuais em situação de sem-abrigo no seu testamento.

Bea Arthur apagada pelo Departamento de Defesa dos EUA após indicações de Trump

A contribuição de Bea Arthur para o Corpo de Fuzileiros Navais foi agora apagada do site do Departamento de Defesa dos EUA numa purga contínua de iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).

O Pentágono iniciou uma purga sem precedentes, removendo mais de 26.000 imagens e publicações relacionadas a iniciativas de DEI. Esta ação não só apaga marcos históricos importantes, como também expõe o ridículo de uma guerra ideológica contra a diversidade.

Esta decisão contra Bea Arthur demonstra que, quando se começa a apagar a diversidade de minorias e grupos subrepresentados, o próximo passo é apagar qualquer voz que não se encaixe num padrão rígido e excludente.

Uma perseguição trumpista além minorias

A perseguição contra minorias da administração Trump mostra como, na realidade, nenhuma pessoa está verdadeiramente segura. Quando se começa a apagar a diversidade, qualquer voz que não se encaixe num padrão rígido e excludente está sujeita ao silenciamento.

Bea Arthur deixou um legado duradouro tanto no entretenimento como na luta pelos direitos LGBTQ+. A sua história e vida não serão esquecidas e muito menos apagadas.



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Respostas de 3 a “Como a icónica Bea Arthur foi apagada do Departamento de Defesa dos EUA e como importa que não seja esquecida”

  1. […] Como a icónica Bea Arthur foi apagada do Departamento de Defesa dos EUA e como importa que não sej… […]

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  2. […] Este detalhe, simples e simbólico, serve de espelho para um mundo que perdeu a memória do que significa resistir através do amor. Mas para quem assiste, percebe-se como estas histórias continuam a ser relevantes — sobretudo quando são apagadas. […]

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  3. […] a icónica Bea Arthur foi apagada do Departamento de Defesa dos EUA. O absurdo destes apagamentos do Pentágono inclui uma fotografia do bombardeiro Enola Gay e de […]

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