A lenda do ténis Billie Jean King voltou a fazer história. Aos 81 anos, tornou-se a primeira mulher a receber uma estrela no Passeio da Fama de Hollywood na nova categoria dedicada ao entretenimento desportivo. A cerimónia, que teve lugar esta semana, exibiu a mensagem: “Uma estrela para uma estrela. Parabéns, Billie Jean King”.
Rodeada de pessoas que marcaram o seu percurso, como a sua mulher Ilana Kloss, o jogador da NBA Magic Johnson e a atriz Jamie Lee Curtis, King aproveitou o momento para deixar uma mensagem sobre a estreia feminina na categoria: “O mais importante é que não quero ser a última.”
Billie Jean King tem uma carreira de títulos e de luta LGBTQ+
King venceu 39 títulos do Grand Slam, incluindo quatro no US Open. Em 1972, recusou-se a aceitar que os prémios para mulheres fossem inferiores aos dos homens. No ano seguinte, o US Open tornou-se o primeiro torneio de ténis com prémios iguais para todas as pessoas competidoras.
O seu nome ficou também eternizado no confronto contra Bobby Riggs em 1973 – a chamada Batalha dos Sexos – assistida por cerca de 50 milhões de pessoas. Essa vitória tornou-se um símbolo global da luta pela igualdade de género no desporto.
Visibilidade lésbica em tempos difíceis
Em 1981, Billie Jean King tornou-se a primeira atleta profissional de destaque a assumir publicamente a sua homossexualidade, num contexto mediático de escândalo. O processo foi doloroso, após um divórcio e a ameaça de ser tornada pública a sua orientação sexual. Mas, quando o fez, foi determinante para a visibilidade lésbica no desporto de alta competição.
King e Ilana Kloss, antiga parceira de pares, casaram-se em segredo em 2018, revelando-o publicamente apenas três anos depois. Juntas, continuam a ser uma força pela inclusão no desporto e além dele.
Defender todas as mulheres, incluindo as trans
Billie Jean King tem sido uma voz ativa contra a discriminação no desporto, defendendo de forma firme os direitos das atletas trans:
“Não há lugar no desporto para discriminação de qualquer tipo. Tenho orgulho de apoiar atletas trans que simplesmente querem o acesso e a oportunidade de competir no desporto que amam.”
Reconhecimento global
Para além da estrela em Hollywood, King foi agraciada com a Medalha Presidencial da Liberdade em 2009, a Medalha de Ouro do Congresso dos EUA em 2024 e, em 2022, com a Legião de Honra de França. Distinções que reconhecem não só a atleta excecional, mas a mulher que transformou o desporto num espaço mais justo, visível e inclusivo.
Celebrar figuras como Billie Jean King é lembrar que a história LGBTI+ também se faz de conquistas, coragem e visibilidade. A nossa memória é uma forma de resistência.
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