
Num ato de protesto e celebração, ativistas trans e pessoas aliadas colocaram uma bandeira gigante do Orgulho Trans em El Capitan, um dos pontos mais emblemáticos do Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia. A bandeira, com 16 por 10 metros, é a maior alguma vez içada num parque nacional dos EUA.
A ação, liderada pela ativista e performer ambiental Pattie Gonia, pretendeu afirmar uma ideia clara: as pessoas trans pertencem à natureza, às comunidades e a todos os espaços. “Erguemos a bandeira do Orgulho Trans em Yosemite para fazer uma declaração: as pessoas trans são naturais e são amadas“, afirmou Gonia num comunicado.
No vídeo que acompanha a ação, Gonia destaca como a diversidade de género também está presente na natureza: “Espécies que mudam de sexo existem em todos os continentes e oceanos. A natureza é diversa — e isso inclui-nos.”
A bandeira trans: símbolo de visibilidade e orgulho
A bandeira Trans Pride foi criada em 1999 por Monica Helms, uma mulher trans e veterana da Marinha dos EUA. As riscas azuis e cor-de-rosa representam os géneros masculino e feminino atribuídos à nascença, respetivamente, e a risca branca simboliza as pessoas não binárias, em transição ou com género indefinido. Helms afirmou que o desenho é simétrico de propósito: “não importa para onde a giras, estará sempre correta — como nós.”
Desde então, a bandeira tornou-se num símbolo poderoso da visibilidade trans e tem sido erguida em marchas, instituições e, agora, em cumes montanhosos.
Libertação que se eleva
SJ Joslin, uma das organizadoras da ação em Yosemite, reforçou: “Esta bandeira é uma celebração da nossa comunidade e da solidariedade entre grupos que são alvo de discriminação. A existência trans não está em debate. Ser trans é uma parte natural e bela da diversidade humana e biológica.”
Também Nate Vince, alpinista e aliado, participou na ação: “As pessoas trans são as minhas amigas. Defendo-as quando precisam de apoio. Todas devemos fazê-lo.”
A bandeira em Yosemite é mais do que um gesto simbólico. É um grito de resistência e de afirmação. Como diz Gonia: “Chamem-lhe protesto, chamem-lhe celebração — é, acima de tudo, elevação para a libertação.”

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