Televisão: Pessoas LGBT Ainda Pouco Visíveis Na Ficção

Pode parecer contra-lógico dado o sucesso que algumas séries televisivas e suas personagens LGBT tiveram nos últimos anos, mas a verdade é que estas personagens continuam a ter pouca visibilidade no mundo da televisão. Um estudo da GLAAD mostra que “há falta de personagens LGBT no pequeno ecrã, especialmente de transgénero“.

O estudo teve este ano em conta, pela primeira vez, as plataformas de streaming Netflix, Amazon e Hulu. Estes são, aliás, os emissores que mais espaço dão a transgénero: de entre as sete personagens que existem atualmente na televisão, quatro integram séries destes serviços online, sendo que duas delas são protagonistas (Maura, em Transparent; e Nomi, em Sense8).

O estudo mostra que, das 881 personagens que vão estar em antena no próximo ano nos principais canais norte-americanos, apenas 35 (4%) são identificadas como gay, lésbica, bissexual ou transgénero.

O sucesso comercial de séries como Empire, Transparent e Orange Is the New Black mostra aos executivos das estações que o público está à procura de histórias nunca antes vistas. Ainda há muitas histórias sobre a nossa comunidade para contar“, frisou a presidente da GLAAD, Sarah Kate Ellis. E destacou: “Pessoas LGBT de cor estiveram sem representação durante anos“.

Das várias séries mencionadas, o relatório dá destaque a Orange Is the New Black, que é a que conta com mais personagens LGBT no elenco e, acrescente-se, possuí um dos elencos com maior variedade racial. Laverne Cox, a actriz que dá vida a Sophia na trama, fez história este ano ao ser a primeira actriz transgénero a receber uma nomeação aos prémios Emmy.

É importante que as televisões apostem e dêem visibilidade a estas personagens, porque, embora ficção, ao espelharem a realidade estarão muito mais próximas dos seus consumidores. E pelo caminho quebram tabus e lutam contra a hegemonia caucasiana heterossexual que o panorama televisivo ainda hoje tem.

Fonte: Diário de Notícias.


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Respostas de 4 a “Televisão: Pessoas LGBT Ainda Pouco Visíveis Na Ficção”

  1. […] Em 1999 Rupert Everett, um dos poucos actores britânicos assumidamente homossexual, anunciou a ideia que iria participar num filme de espionagem ao estilo do James Bond mas numa versão LGBT. Ora, dezasseis anos passados e esse projecto nunca se concretizou, apesar dos avanços que têm sido feitos nos últimos anos, a verdade é que a visibilidade das personagens LGBT no grande ecrã continua diminuta. […]

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  2. […] habituados a ver em televisão, não assim. É por isto que esta foi uma das séries em destaque no estudo da GLAAD sobre a visibilidade das pessoas LGBT. E, sim, há muita tensão sexual, especialmente na primeira temporada. Mas a série vive para […]

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  3. […] em que mostra como a representação de pessoas LGBT nos principais estúdios tem diminuído. Tal como já no ano passado tinha denunciado a pouca visibilidade destas pessoas na televisão, o estudo deste ano não apresenta igualmente os melhores […]

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  4. […] tipo de argumento e ainda bem. Não se julgue que tudo ficou resolvido na última década – bem longe disso e parece haver, inclusive, um recuo – mas é uma clara vitória percebermos como o grande […]

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