Adopção: Assim Foi A Discussão Na Assembleia Da República (e estes os votos)

Foram aprovados, finalmente e sem surpresa, na Assembleia da República os projectos de lei que irão possibilitar a mudança da lei da adopção. Os casais de pessoas do mesmo sexo poderão, assim, candidatar-se à adopção plena de uma criança. Actualmente a lei portuguesa apenas permite a adopção plena a casais de pessoas de sexo diferente ou a pessoas hetero, homo ou bissexuais a título individual. Portugal dá assim o derradeiro passo para que a adopção plena exista e se junte a outros vinte países com leis semelhantes.

Apresentamos de seguida os vídeos das intervenções dos vários deputados esta manhã (iremos igualmente actualizar este artigo à medida que os partidos em falta disponibilizem os vídeos):

  • Partido Socialista:

Isabel Moreira

Pedro Delgado Alves

João Torres

  • Bloco de Esquerda:

Sandra Cunha

 

  • Partido Comunista Português

Rita Rato

 

  • CDS

Filipe Lobo d’Ávila

https://vimeo.com/146384759

Filipe Anacoreta Correia

https://vimeo.com/146385296

 

 

  • Partido Ecologista “Os Verdes”:

Heloísa Apolónia

 

  • Pessoas, Animais e Natureza:

André Silva

 

Tal como fizemos em Janeiro último, importa também saber como foram as votações dos deputados esta manhã e, como tal, aqui ficam elas [lista realizada por Bruno Horta do persona grata]:

Os projectos em causa tiveram quase todos a mesma votação: aprovação pelos partidos de esquerda e por vários deputados do PSD. Na sala estavam 225 deputados.

 

Assim:

 

Partido Socialista (PS):
– “Elimina as discriminações no acesso à adopção, apadrinhamento civil e demais relações jurídicas familiares” (site do parlamento / texto em PDF) – Aprovado com os votos favoráveis de PS, PCP, PEV, BE e PAN e 19 deputados do PSD, incluindo Teresa Leal Coelho e Paula Teixeira da Cruz, e duas abstenções no CDS-PP, incluindo Teresa Caeiro.
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Bloco de Esquerda (BE):
– “Eliminação da impossibilidade legal de adopção por casais do mesmo sexo” (site do parlamento / texto em PDF) – Aprovado com os votos favoráveis de PS (abstenção de Isabel Oneto), PCP, PEV, BE e PAN e 19 deputados do PSD.
O projecto do BE que “Altera o Código do Registo Civil, tendo em conta a adopção, a Procriação Medicamente Assistida e o apadrinhamento civil por casais do mesmo sexo” só será apresentado na próxima semana, escreveu no Facebook o deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro.
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Partido Ecologista Os Verdes (PEV):
– “Alarga as famílias com capacidade de adopção” (site do parlamento / texto em PDF) – Aprovado com os votos favoráveis de PS (abstenção de Isabel Oneto), PCP, PEV, BE e PAN e 19 deputados do PSD.
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Pessoas Animais Natureza (PAN):
– “Assegura a igualdade de direitos no acesso à adopção e apadrinhamento civil por casais do mesmo sexo” (site do parlamento / texto em PDF). – Aprovado com os votos favoráveis de PS (abstenção de Isabel Oneto), PCP, PEV, BE e PAN e 19 deputados do PSD.

Esta não é a votação final, essa só acontece depois de os projectos descerem às comissões, serem aí analisados e sujeitos (se os deputados o entenderem) a audições de entidades ou especialistas na matéria e, então, votados na especialidade. Depois, deverão voltar novamente a plenário para a votação final e envio, se aprovados, para promulgação pelo Presidente da República. Aguardamos então os próximos passos até que seja publicada no Diário da República a nova lei com a noção que este foi o merecido derradeiro.

Fontes: persona grata, Público e canais oficiais dos respectivos partidos no Youtube.

Nota: Obrigado ao João pela ajuda com os vídeos 🙂


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Respostas de 2 a “Adopção: Assim Foi A Discussão Na Assembleia Da República (e estes os votos)”

  1. […] O Francisco diz que “gostaria de ter tido a oportunidade para amadurecer mais a sua posição”. Pergunto-lhe então que real interesse teve sobre a questão da adopção por casais do mesmo sexo nos seus 35 anos de vida? Que real interesse teve nas últimas quatro vezes que as propostas de alteração de lei foram levadas a discussão na Assembleia da República (e chumbadas)? O Francisco parece não perceber – ou não querer perceber – que estas “questões fracturantes” são, mais que tudo, urgentes. Porque o que está em causa não são apenas as famílias que surgirão no futuro, mas aquelas que já hoje existem e que estão inseridas na sociedade, mas que a lei portuguesa, até à passada semana, não mostrava passos claros para as proteger. Daí a “pressa”, se assim desejar chamar a este impulso que, recordemos, esteve desde o início nas agendas políticas dos partidos de esquerda e que receberam, quer goste ou não, a votação majoritária do povo português. […]

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  2. […] mais um passo no caminho para um Portugal que respeita e defende todas as suas famílias: depois da aprovação na generalidade e na especialidade, deu-se hoje a aprovação, por unanimidade, da adopção por casais do mesmo […]

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