A Quebrar o Silêncio, associação revolucionária em Portugal direcionada para homens vítimas de violência sexual, comemora hoje, dia 18 de janeiro, o seu segundo aniversário. Os esforços da associação para conquistar visibilidade junto de diversos públicos – internet, televisão, escolas – fizeram com que 146 homem procurassem auxílio nestes dois anos de existência.
Ângelo Fernandes, fundador da Quebrar o Silêncio, pensa que este número será “(…) para muitas pessoas porque esta não é uma realidade que seja debatida o suficiente. Continua a existir um grande tabu e estigma sobre o facto de os homens também serem vítimas de violência sexual. Mas é fundamental que estes homens saibam que não estão sozinhos e que podem contar com o nosso apoio para não sofrerem mais as consequências do abuso“. Isto porque 1 em cada 6 homens sobre algum tipo de abuso sexual, muitas vezes de parte de pessoas próximas ou conhecidas, antes de completarem 18 anos de idade. Daí ser tão importante a sensibilização das pessoas para este assunto que ainda é demasiado menosprezado e que afeta tanto aqueles que sofrem diretamente com o abuso como as relações que traçam com as pessoas que amam, já que muitas vezes são estas também a pedir apoio junto da associação. Daí esteja agora a decorrer uma nova campanha de sensibilização com um novo vídeo e mupis espalhados pela cidade de Lisboa para alertar o público em geral para este tema tabu.
Apesar de haver muito que fazer o trabalho da associação já está a colher frutos e 18 dos homens que recorreram à associação tiveram alta do apoio psicológico fornecido pela Quebrar o Silêncio. “(São) 18 homens cujas vidas não são mais afetadas pelas consequências do abuso. É uma grande vitória para nós saber que estes sobreviventes têm hoje uma vida estável e que eles próprios, através dos seus testemunhos, ajudam-nos a chegar a outros homens que ainda não nos contactaram” diz também Ângelo Fernandes.Por isso há que saudar novamente a Quebrar o Silêncio pelo trabalho exímio e sem precedentes que tem feito em Portugal e esperar que possam continuar a ajudar cada vez mais homens ao longo dos anos. Porque a vergonha, o medo e o silêncio têm de ser substituídos por ferramentas para com eles lidar e conseguir que estes episódios nefastos e perversos de profundos maus tratos físicos e psicológicos não definam a vida dos homens que por eles passam. Para a esperança vencer temos de todos e todas conhecer melhor os problemas das nossas comunidades e dos nossos pares. Parabéns Quebrar o Silêncio. E obrigado.
Mais informações em www.quebrarosilencio.pt
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