André Moz Caldas, secretário de Estado, assume ser casado com pessoa do mesmo sexo: “não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal”

André Moz Caldas, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, quando questionado sobre como se pode combater a homofobia e o preconceito respondeu ser “o primeiro membro do Governo casado com uma pessoa do mesmo sexo“:

Não sei exatamente porque é que a homofobia existe. Acho que é um jugo do qual a sociedade se libertará, mas ainda há algum caminho para lá chegar. O que é que podemos fazer? As pessoas públicas viverem a sua homossexualidade com naturalidade. Sou o primeiro membro do governo casado com uma pessoa do mesmo sexo e não faço disso especial alarde público, mas também não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal. E espero que isso possa significar, para os jovens portugueses, que não estão condenados a um ostracismo.

O secretário de Estado disse ainda que “ficaria muito feliz” se o seu exemplo permitir a uma pessoa sentir-se mais livre para “viver a sua orientação sexual abertamente“. Tendo consciência do seu privilégio enquanto pessoa que cresceu em Lisboa e “num contexto social e familiar progressista“, disse nunca se ter sentido vitimizado em razão à sua orientação sexual, mas admite que a sua experiência “não se compara com a de outras pessoas homossexuais“.

É precisamente na luta contra a homofobia e a discriminação que Caldas afirma que “não nos podemos permitir vitimizar-nos, e devemos desarmar os nossos adversários vivendo abertamente a sexualidade.” Acrescentando ainda que “se alguém me aviltar, não me posso sentir diminuído – sinto, pelo contrário, que o outro é diminuído“. 

O Coming Out de André Moz Caldas esteve em destaque no Podcast dar Voz A esQrever 🎙🏳️‍🌈

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Respostas de 3 a “André Moz Caldas, secretário de Estado, assume ser casado com pessoa do mesmo sexo: “não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal””

  1. […] LGBTI da rede ex-aequo, a suspensão de um rapaz num liceu americano por pintar as unhas e o primeiro membro do Governo Português a falar do seu casamento com uma pessoa do mesmo sexo. Acabamos com as dicas do Dar Voz A e a […]

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  2. Um viés da provocação é quando quem a faz, percebe que incomodara o “destinatário” dela! Por volta de 1994, um colega que secretariava, mesmo cisgenero e casado, sentia que as pessoas tinham “resistência” de homem sendo secretário de homem (em setor ou Divisão, do Serviço Público)! 24 anos depois, em outro Serviço Público, novos tempos portanto, com o amadurecimento, digamos assim, do cisgenero sentir atração pelo mesmo gênero, ai eu que ouvi, de uma colega: “secretário” e deu risinho! Ela era de outro setor/outro andar! Na ocasião eu e um colega (chefe) de outro setor, começamos a nos relacionar, mesmo ele sendo casado, se despedindo mais cortês, não houve por parte de colegas do setor, nenhum comentário, por certo, percebendo ele e eu resolvidos: ele se despedindo bem educado comigo e eu “acolhedor” a essa despedida! Além disso, poderia ensejar um tabu “social”, eu tinha 52 anos e ele 35 anos, mas por esse ângulo talvez nos beneficiou: ele no auge da vida sexual, realizado, nesse quesito em relacionamento com homem amadurecido!

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  3. […] como Sandra Cunha, a primeira deputada a assumir-se lésbica, a ex-ministra Graça Fonseca, o secretário de Estado André Moz Caldas, o antigo secretário de Estado Adolfo Mesquita Nunes ou o vice-presidente do PSD Paulo […]

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