A categoria dedicada apenas a atletas trans do Campeonato do Mundo de Natação em Berlim foi cancelada devido à falta de inscrições, anunciou a World Aquatics.
A então FINA – Federação Internacional de Natação – proibiu em 2022 nadadoras trans de competir em provas femininas que tenham passado pela puberdade masculina. A mesma entidade aprovou também a criação de uma nova categoria competitiva especial para nadadoras trans numa óbvia decisão segregadora.
A categoria aberta estava marcada para estrear em Berlim neste fim de semana com as provas de 50m e 100m. Este seria um “projeto piloto pioneiro” da World Aquatics que pretendia assim promover o “compromisso inabalável com a inclusão“.
“Foi muito importante que protegêssemos a competição justa para as nossas atletas femininas”, disse o presidente da World Aquatics, Husain Al-Musallam. “Mas não deve haver discriminação. Ninguém deve ser excluído das nossas competições”, reforçou.
Houve um grande desconforto no mundo da natação quando a atleta trans Lia Thomas, que havia sido uma nadadora universitária moderada como concorrente masculina, conseguiu ganhar um título nacional da NCAA nos EUA em 2022. No entanto, houve quem argumentasse que Thomas é uma nadadora pioneira cujo sucesso e identidade devem ser celebrados, não restritos.
Embora a categoria aberta não ocorra neste Campeonato do Mundo de Natação, ela não foi completamente descartada para já. Para a jornalista de desporto Katie Barnes, o número de atletas trans que competem no nível de elite torna esta categoria irrealista. “A realidade é que há poucas atletas trans. Do ponto de vista funcional, não faz muito sentido [esta categoria]”.