Gaza: ‘Queering the Map’ revela mensagens de amor, perda e resistência LGBTQIA+

Gaza: 'Queering the Map' revela mensagens de amor, perda e resistência LGBTQIA+

Depois do terrível ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel, a Faixa de Gaza tem sofrido retaliação com enormes custos humanos.

A opinião pública tem estado em alvoroço nos últimos dias e, entre ela, surgiram comentários que questionam o apoio de ativistas LGBTQIA+ à população palestiniana após os ataques israelitas. “Não há pessoas LGBTQIA+ na Palestina” ou “Se fossem para lá eram atirados de prédiossão algumas das argumentações.

Acontece que as pessoas LGBTQIA+ existem e o apoio e a empatia que recebem não é condicionado pelo seu local de nascimento, nem pelos Estados cujas leis as condenam. Especificamente, para as pessoas LGBTQIA+ em Gaza, o conflito entre Israel e o Hamas só tem agravado o que já era uma tremenda luta para viverem livremente num lugar onde a homossexualidade é proibida e qualquer expressão lida como queer viola os costumes sociais e religiosos vigentes.

Para combater a invisibilidade queer, “Queering The Map” é um site interativo que conta com seis anos de mensagens de todo o mundo. Este permite que usuários que se identificam LGBTQIA+ façam publicações anónimas com geolocalização. Por questões de segurança, não há informações quanto à data e hora nas mensagens.

As mensagens deixadas por pessoas LGBTQIA+ de Gaza

Eu sei que era diferente desde tenra idade. Sabia que gostava de rapazes desde o início. Mas a sociedade exige que permaneça escondido. Eu moro noutro lugar agora e ainda estou a tentar ligar os pontos. Gostaria que as coisas não fossem tão complicadas. Eu não quero magoar a minha família, mas não posso viver uma mentira”, lê-se.

Um outro post escrito em árabe e marcado no centro de Gaza diz: “A única coisa que me mantém paciente em Gaza é o mar e tu”.

Muitas mensagens expressam solidariedade com a libertação palestina.

Junto da cidade de Khan Younis, para onde centenas de milhares de habitantes de Gaza fugiram após as ordens de evacuação, lê-se: “Por favor, saiba que, apesar do que dizem os orgãos de comunicação social, há palestinos gays. Estamos aqui, somos gays. Palestina livre.”

“Sempre nos imaginei sentados ao sol, mão na mão, livres por fim. Falávamos de todos os lugares que iríamos se pudéssemos”, diz uma mensagem marcada na cidade de Jabalia. “No entanto, partiste agora. Se soubesse que bombas sobre nós nos separariam eu teria dito de bom grado ao mundo como eu te adorava mais do que qualquer outra coisa. Sinto muito por ter sido um covarde.

Em junho passado, ativistas acusaram Israel de ‘pinkwashing’ e manifestaram-se contra festa promovida pela Embaixada em Portugal