Uganda: Ativista Steven Kabuye em estado grave depois de ter sido esfaqueado: “Estão a usar a comunidade LGBTQ+ como bode expiatório”

Steven Kabuye, um conhecido ativista pelos direitos LGBTQ+ no Uganda, foi esfaqueado por agressores desconhecidos esta semana. Kabuye atribuiu o ataque à crescente intolerância contra a comunidade LGBTQ+ alimentada por agentes políticos do país.

O ativista LGBT+ de 25 anos estava a caminho do trabalho quando dois desconhecidos numa moto o esfaquearam. Kabuye foi ferido no braço e no estômago, mas conseguiu proteger o pescoço.

À AP e a partir da cama do hospital, Kabuye disse acreditar que os atacantes pretendiam matá-lo. O ativista acusa o clima de intolerância promovido pela classe política vigente no país. “Estão a usar a comunidade LGBTQ+ como bode expiatório para distrair as pessoas do que está realmente a acontecer neste país”.

Em maio de 2023, o Parlamento do Uganda aprovou um projeto de lei que criminaliza a homossexualidade. A lei pretende punir pessoas que tenham relações homossexuais ou que se identifiquem como LGBTQ+. As penas poderão ir até 10 anos de prisão.

No mesmo mês, a Amnistia Internacional denunciou que mais de 20 grupos conservadores dos EUA canalizaram pelo menos 54 milhões de dólares para países africanos desde 2007. Um dos maiores financiadores é a Fellowship Foundation, um grupo religioso com sede nos EUA que gastou mais de 20 milhões no Uganda.

Kabuye é o diretor executivo do grupo do Uganda Colored Voice Truth to LGBTQ+. Ele esteve em exílio no Quénia em março passado depois de receber ameaças de morte após um ataque a um dos membros do grupo. Kabuye regressou ao Uganda a 15 de Dezembro, mas confessa que não consegue agora confiar em ninguém.

Esta lei viola os direitos humanos básicos e estabelece um precedente perigoso para a discriminação e perseguição contra a comunidade LGBTQ+. Juntemo-nos em solidariedade e lutemos contra o fanatismo e o ódio.”

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