
O maior inquérito a pessoas trans dos EUA descobriu que as que fizeram a transição estão mais felizes e muitas têm famílias solidárias. No outro sentido, muitas continuam a sofrer discriminação, assédio e violência no trabalho, na medicina e na escola.
O relatório 2022 US Trans Survey teve em conta mais de 92.000 pessoas que se identificam como adultas trans binárias ou não binárias. As pessoas inquiridas receberam uma variedade de um total de mais de 600 perguntas possíveis.
O relatório descobriu que 94% das pessoas trans que fizeram transição estavam “muito” (79%) ou “um pouco mais satisfeitas” (15%) com as suas vidas. Quase 98% estavam a receber algum tipo de terapia hormonal, o que as tornou “muito” (84%) ou “um pouco” (14%) mais satisfeitas com as suas vidas. Estas descobertas vão ao encontro de um outro estudo que mostrou como jovens trans com acesso a bloqueadores de puberdade possuem melhor saúde mental.
A discriminação das pessoas trans ainda continua prevalecente
O estudo encontrou que as pessoas trans também continuam a sofrer discriminação, assédio e até violência. Mais de um terço encontrava-se em situação de pobreza (34% em comparação com 12% da população dos EUA). Mais de uma em cada 10 (11%) disse ter sido forçada a sair de um emprego devido à sua identidade de género; e cerca de 18% estavam desempregadas (em comparação com 3,5% da população dos EUA em dezembro de 2022).
Além disso, quase um terço (30%) disse ter sido assediada verbalmente nos últimos 12 meses e 39% disseram que foram assediadas online. Cerca de uma em cada 10 (9%) disse que foi oferecido tratamento desigual. 3% disseram ter sido atacadas fisicamente nos últimos 12 meses.
A família é um porto seguro para as pessoas trans, especialmente acima dos 65 anos
43% das pessoas trans com idade entre os 16 e os 17 anos disseram que as suas famílias as apoiavam. Já 63% dos pessoas com mais de 65 anos sentem que as suas famílias as apoiam.
“Toda a minha vida foi influenciada pelo apoio que a minha família me deu“, disse Amanda, uma pessoa trans com mais de 50 anos ao The Guardian. “Não sei exatamente por quê, mas o meu pai e a minha mãe sempre apoiaram o meu género e expressão sexual antes mesmo de ser popular fazê-lo. Interviriam na escola e no bairro, então nunca tive os problemas que a maioria das pessoas [trans] tinha quando crescia.”

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