
O Serviço Nacional de Saúde (NHS) da Inglaterra anunciou uma mudança significativa na sua abordagem aos cuidados de saúde para jovens trans e pessoas não-binárias. A prescrição de bloqueadores de puberdade, medicamentos essenciais para jovens em processo de exploração da sua identidade de género, será restrita a contextos de pesquisa clínica. Esta decisão, defendida como sendo no “melhor interesse da criança“, suscita preocupações profundas entre especialistas em saúde, famílias e ativistas pelos direitos de jovens trans.
Bloqueadores de puberdade têm sido uma ferramenta vital no apoio a jovens trans, dando-lhes tempo para compreender a sua identidade sem o stress adicional das mudanças físicas irreversíveis da puberdade. A restrição do acesso a estes medicamentos pode aumentar a angústia psicológica e a disforia de género, impactando negativamente o seu bem-estar mental.
Especialistas em saúde e organizações de direitos humanos enfatizam a importância do acesso informado e apoiado a tratamentos afirmativos de género. Estudos demonstram que cuidados de saúde afirmativos podem reduzir significativamente o risco de depressão e pensamentos suicidas entre jovens trans. É também hoje conhecido que a esmagadora maioria de adolescentes transgénero que recebeu tratamento de bloqueadores da puberdade continuou o tratamento de afirmação de género.
A decisão do NHS em restringir o acesso a bloqueadores de puberdade levanta assim questões sobre o compromisso em fornecer cuidados baseados em evidências e centrados na pessoa paciente, essenciais para o suporte à saúde mental e física de jovens trans e pessoas não-binárias.
Enquanto a comunidade espera mais estudos e critérios de elegibilidade para o uso de bloqueadores de puberdade, este momento serve como um lembrete crítico da necessidade de abordagens baseadas na empatia nos cuidados de saúde para jovens trans, garantindo que as suas vozes e necessidades sejam ouvidas na formulação de políticas de saúde.

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