
O Papa Franciso apelou que bispos italianos não admitam seminaristas gays, pois “já há demasiadas bichas“. A declaração surgiu numa reunião à porta fechada no dia 20 de maio com a Conferência Episcopal Italiana, que reuniu bispos do país. Divulgada apenas hoje, a declaração parece contrariar a imagem progressista do Papa Francisco perante a população LGBTQIA+. Será um caso raro?
Longe disso, entre posições que aparentam abraçar e respeitar a comunidade LGBTQIA+, a verdade é que o Papa Francisco continua, reiteradamente, a estigmatizar esta população.
9 vezes em que o Papa Francisco ofendeu a comunidade LGBTQIA+
- Em 2015, Francisco considerou o casamento entre pessoas do mesmo sexo “uma ameaça à família e que desfigura o plano de Deus para a criação“.
- No mesmo ano, apelidou a Teoria de Género de “colonização ideológica“, comparando-a com os “Balilla” e a Juventude Hitleriana.
- Promovendo a Família Tradicional, o Papa desacreditou pelo caminho as famílias mono e homoparentais. Foi até mais longe, entendendo as pessoas LGBTQIA+ como “modas passageiras”.
- Em 2017, voltou às questões de género num dos seus maiores ataques à população trans. Considerou a mudança de género uma “manipulação biológica e psicológica da diferença sexual“. Apelidou ainda como uma “utopia do neutro” que coloca em perigo a criação de nova vida. “É uma manipulação biológica e psicológica da diferença sexual.”
- Em 2018, Francisco alertou contra a admissão de candidatos com ‘tendências’ gays “profundas” ou aqueles que se envolvem em “atos homossexuais“: “Se você tem a menor dúvida, é melhor não deixá-los entrar.“
- Também nesse ano, sobre ‘tendências’ homossexuais em jovens, considerou que “a psiquiatria pode desempenhar um papel importante para ajudar a perceber como as coisas são“. Ficou por perceber se a sugestão do apoio psiquiátrico é feita por algum tipo de trauma, se as consultas são para pais e mães ou para as crianças. A Organização Mundial de Saúde desconsiderou a homossexualidade como uma doença em 1990.
- Mais tarde, o Papa Francisco voltou a condenar homossexualidade e apelidou-a de “moda”, cujas tendências não deverão ser aceites no clero.
- Em 2023, o Papa Francisco criticou as leis que criminalizam a homossexualidade e a discriminação que as comunidades LGBTQIA+ sofrem. Mas – e há sempre um mas – considera que ser-se homossexual é um “pecado.”
- Mais tarde nesse ano, Francisco confirmou que pessoas trans podem ser batizadas e ser padrinhos ou madrinhas, mas – lá está novamente o mas – desde que “não haja risco de gerar escândalo público ou desorientar fiéis.” Também especifica que “crianças ou adolescentes com problemas de natureza trans, se estiverem bem preparadas e dispostas poderão receber o batismo”. O que são problemas de natureza trans? Insegurança na escola? Bullying?
Deus “não renega nenhum dos seus filhos”, disse o Papa aquando da sua passagem por Lisboa na Jornada Mundial da Juventude. Sem mas, acrescentaria.

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