
No passado sábado, dia 8 de junho, a Marcha do Orgulho de Guimarães, um evento que celebra o mês do Orgulho LGBTI+, sofreu dois ataques. A comissão organizadora tornou pública a ocorrência e veio expressar a sua indignação e preocupação. Estes atos de violência suscitam a pergunta: qual o significado destes atos na nossa sociedade atual?
O primeiro incidente ocorreu na Rua Gil Vicente, onde dois jovens perseguiram a marcha, gritando impropérios como “Vergonha, vergonha”. Em seguida, durante a leitura do Manifesto, três indivíduos atiraram pedras a participantes antes de fugirem. Até ao momento, as pessoas agressoras não foram identificadas.
Apesar dos ataques, a Marcha do Orgulho LGBTI+ de Guimarães recebeu apoio significativo. O Porta-Voz de Braga do Partido PAN, Rafael Pinto, manifestou-se prontamente, assim como o Vereador da Juventude e do Desporto, Nélson Felgueiras. Em representação do Município, este último expressou palavras de encorajamento e reafirmou o compromisso da autarquia com a defesa dos direitos humanos.
Discurso de ódio crescente e normalizado poderá tornar estes ataques mais frequentes
Nos dias que antecederam a marcha, a organização notou um aumento significativo de comentários de ódio nas redes sociais, muitos dos quais relacionados com o crescimento da extrema-direita e a normalização do seu discurso de ódio. A comissão sublinha que este fenómeno está intimamente ligado à presença e legitimidade que este tipo de discurso tem vindo a ganhar na Assembleia da República.
A organização destaca que a criminalidade de extrema-direita está a aumentar e que muitos destes ataques são incentivados por figuras e partidos de extrema-direita. Este tipo de violência é visto como uma manifestação do medo e de repressão, sendo uma reação a uma sociedade que ainda luta pela plena aceitação das pessoas LGBTI+.
Estes ataques, que ainda há uns dias se verificaram também na Feira do Livro de Lisboa, refletem o medo e a ignorância face à diversidade humana. São um reflexo de uma sociedade em transformação, onde o crescimento do discurso de ódio tenta combater o progresso em direção à igualdade. No entanto, a resposta da comunidade e das autoridades locais é fulcral para mostrar que há um forte compromisso com os direitos humanos e com a criação de uma sociedade inclusiva e segura para todas as pessoas.
Marcha do Orgulho LGBTI+ de Guimarães garante que ataques não são representativos da cidade
A comissão organizadora reforça que os ataques não representam a maioria das pessoas de Guimarães. A comunidade continuará a lutar contra o populismo e a violência, tanto nas urnas como nas ruas, defendendo uma sociedade onde todas as pessoas possam viver livremente, sem medo de discriminação ou violência.
A Marcha do Orgulho de Guimarães agradece todas as manifestações de apoio e solidariedade, sublinhando a importância da união na defesa da liberdade e dos direitos humanos.

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