
Apesar dos pedidos anuais da Plataforma Já Marchavas, a Câmara Municipal de Viseu (CMV) volta a recusar o hastear da bandeira LGBTQIA+ a 17 de maio, Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia (IDAHOT). A resposta da autarquia? Este ano considera que a bandeira será “plenamente” representada ao ser hasteada no Teatro Viriato — ignorando que o pedido é precisamente dirigido à Câmara.
A Plataforma refuta esta justificação, salientando que, apesar da boa relação com o Teatro Viriato, a bandeira deve ser hasteada no edifício da CMV. A ausência de vontade política para um ato simbólico de inclusão mostra, mais uma vez, a recusa do Município em assumir uma posição pública pelos direitos das pessoas LGBTQIA+.
Hastear a bandeira é um ato simbólico, sim — mas é também profundamente político. Representa um compromisso com os direitos humanos, com a liberdade e a diversidade. Ignorar este gesto é escolher a indiferença.
Viseu à parte de dezenas de outros municípios do país
A Plataforma relembra que mais de 25 municípios em Portugal já aderiram a esta prática, incluindo cidades como Lisboa, Coimbra, Porto e Funchal. Também instituições como a Assembleia da República ou a Universidade de Coimbra o fizeram. Em contraste, Viseu continua a resistir, perpetuando um conservadorismo que silencia e invisibiliza a população queer local.
Este ano, o apelo foi alargado a todos os municípios do distrito e às freguesias de Viseu. Nenhuma resposta foi recebida. O silêncio institucional diz muito sobre o estado dos direitos humanos na região.
Indiferença rima com recuo
Num momento em que assistimos, em Portugal e no mundo, a um retrocesso nas conquistas LGBTQIA+, esta nova recusa não pode ser desvalorizada. É urgente denunciar esta indiferença e exigir ação. A população queer de Viseu tem direito à sua visibilidade, segurança e dignidade.
A luta pelos direitos LGBTQIA+ continua, mesmo quando quem nos governa vira a cara.

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