
Bella Ramsey voltou a falar sobre o impacto de ter assumido publicamente ser uma pessoa não binária. A protagonista de The Last of Us partilhou com The Guardian que a experiência tem sido “uma mistura de coisas boas e más” — libertadora, mas também avassaladora.
“Parte de mim gostava de não o ter feito, porque não queria que se tornasse num título de jornal”, confessou em entrevista ao The Guardian . Ao mesmo tempo, reconhece que a sua visibilidade ajudou outras pessoas: “Foi algo bom. Posso viver mais livremente, sem sentir que escondo um segredo.”
Bella Ramsey tornou-se num dos maiores ícones LGBTQ+
Ramsey saiu do anonimato como Lady Lyanna em Game of Thrones, mas foi o papel de Ellie — uma jovem queer, imune a um fungo que devastou a humanidade, e que carrega a esperança de uma cura — que a tornou numa referência queer mundial. A sua performance em The Last of Us emocionou audiências e reforçou a importância da representação LGBTQ+ em histórias de grande escala.
A honestidade com que partilha a sua identidade de género, e também o diagnóstico de autismo, abriu espaço para muitas pessoas que não se viam representadas.
Num momento em que Hollywood continua a falhar na diversidade real, Bella Ramsey afirma-se como uma voz rara — uma pessoa jovem, neurodivergente e não binária, que se recusa a ser definida por rótulos. “Quero que as pessoas sejam tão tranquilas com a minha identidade como eu sou.”
Ramsey está numa relação emocional tão assustadora como bonita
Para além da identidade, a intimidade. Em março, revelou estar apaixonada pela primeira vez, uma experiência emocional “assustadora e bonita”, disse. Um testemunho que mostra como crescer sob os holofotes não impede o florescer da autenticidade. “O amor abre-nos de formas que não sabíamos serem possíveis.”
No fundo, Bella Ramsey representa algo maior do que um papel de destaque. É sobre poder viver plenamente — e sobre o valor que isso tem para quem, muitas vezes, se sente invisível.
Para jovens fãs queer e neurodivergentes, a presença de Ramsey no ecrã e fora dele é um espelho raro. Um lembrete de que é possível existir com verdade, mesmo num mundo, com ou sem pandemia de fungos, que tantas vezes insiste em apagar quem somos.

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