
Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, é o primeiro pontífice estadunidense a liderar a Igreja Católica. Nascido em Chicago em 1955, de ascendência francesa e espanhola, possui dupla cidadania dos EUA e do Peru. A sua trajetória inclui missões no Peru, onde serviu como bispo de Chiclayo, e cargos de liderança no Vaticano, como Prefeito do Dicastério para os Bispos.
Em 2012, durante um sínodo de bispos, Prevost criticou a forma como os media ocidentais promoviam simpatia por práticas que considerava contrárias ao evangelho, mencionando explicitamente o “estilo de vida homossexual” e “famílias alternativas compostas por parceiros do mesmo sexo e seus filhos adotivos“. Estas declarações geraram preocupação entre fiéis LGBTQ+, que temem uma possível regressão nas políticas inclusivas iniciadas por Francisco.
Apesar das declarações anteriores, Leão XIV tem sido descrito como moderado, com potencial para continuar algumas das reformas de Francisco. No seu primeiro discurso como Papa, enfatizou a necessidade de uma Igreja missionária que construa pontes e diálogo. No entanto, ainda não se pronunciou diretamente sobre questões LGBTQ+, deixando a comunidade em expectativa.
Reação da Comunidade LGBTQ+ Católica ao Papa Leão XIV
Organizações como a New Ways Ministry e a DignityUSA expressaram cautela, lembrando que as declarações de 2012 ocorreram sob o papado de Bento XVI, um período menos aberto ao diálogo sobre questões LGBTQ+. Há esperança de que, com o tempo, Leão XIV possa adotar uma postura mais inclusiva, alinhada com os avanços promovidos por Francisco.
“A cura que começou com ‘Quem sou eu para julgar?’ precisa de continuar e crescer para ‘Quem sou eu, se não um amigo das pessoas LGBTQ+?’”, disse Francis DeBernardo, do New Ways Ministry, um grupo católico LGBTQ+ dos EUA ao The Guardian.
“O Papa Francisco abriu a porta para uma nova abordagem às pessoas LGBTQ+, cabendo agora ao Papa Leão guiar a Igreja através dessa porta”, acrescentou. “Muitas pessoas católicos, incluindo bispos e outros líderes, permanecem ignorantes sobre a realidade das vidas LGBTQ+, incluindo a marginalização, discriminação e violência que muitos ainda enfrentam, mesmo em instituições católicas. Esperamos que ele aprofunde os seus conhecimentos, encontrando-se e ouvindo as pessoas católicas LGBTQ+ e os apoiantes.”
Já a presidente da GLAAD, Sarah Kate Ellis, registou que “ele pode construir sobre o progresso já feito e ajudar a criar uma Igreja que realmente reflita a mensagem universal de aceitação e cuidado para todas as pessoas“. A organização mostrou-se disponível assim para “colaborar com o Papa Leão, assim como fizemos com o Papa Francisco, para ajudar a garantir que a Igreja continue a crescer como um lar acolhedor para todas as pessoas”.
Momento de expetativa e esperança vigilante
A eleição de Leão XIV representa um momento de transição para a Igreja Católica. Para a comunidade LGBTQ+, é um período de esperança cautelosa, aguardando sinais sobre o rumo que o novo Papa dará às questões de inclusão e respeito à diversidade. Afinal de contas, o seu antecessor também ficou marcado por avanços e (muitos) recuos face à população LGBTQ+.
“Rezamos para que nos 13 anos que se passaram [desde as declarações mais controversas], 12 dos quais estavam sob o papado do Papa Francisco, que o seu coração e mente se desenvolvam mais progressivamente em questões LGBTQ+”, rematou DeBernardo.

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