Nem sempre é fácil, ao acompanhar estas publicações, manter o foco no nosso mercado. O volume do negócio literário, ainda reduzido, reflete-se diretamente na quantidade, e na diversidade, de livros que chegam às livrarias. Este mês, porém, o panorama parece diferente: há mais do que duas novidades e todas merecem a vossa atenção.
O regresso de Adam Silvera com O Sobrevivente Quer Morrer no Final

A conclusão da famosa trilogia distópica chega, finalmente, a Portugal. A tradução foi, na verdade, tão rápida, que comprei logo mal vi! Curiosamente, será também o primeiro volume da saga que leio em português.
Para os que desconhecem a história, os livros acompanham uma sociedade que é avisada de antemão quando irá morrer. As implicações e perceções ficam, claro, expandidas, e Adam Silvera procura, nesta saga, não só falar da morte, como das suas implicações, especialmente quando sabemos em que dia morremos e o que fazemos com essas 24h. A história começou a ser publicada, em Portugal, em 2019, com o livro No Final, Morrem os Dois. Seguiui-se a sequela, O Primeiro a Morrer no Final, em 2023 e, agora, chega este O Sobrevivente Quer Morrer no Final. O livro é publicado pela Penguin e está disponível com duas capas distintas.
Sinopse
Paz Dario decide que está farto de esperar pela Previsão-de-Morte. Se eles dizem que ele não vai morrer, ele terá de provar que estão errados. Mas é então que um rapaz salva a sua vida.
Alano Rosa é o herdeiro do império da Previsão-de-Morte, mas não se sente no controlo da sua própria existência. E com a Guarda da Morte a ameaçar Alano, o seu Último Dia pode estar mais próximo do que ele pensa.
O destino une Paz e Alano, mas agora cabe aos rapazes sobreviver às provações trágicas que se avizinham para que ninguém morra no final.
Wook* | Penguin | Kobo | Betrand | Capa alternativa (Portuguesa)
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Olá, Fala o Oliver de Dustin Thao

Não era minha intenção ter a morte como ponto de partida da publicação, mas o novo romance YA de Dustin Thao chega no final de outubro e segue a premissa de um jovem que, a sentir a perda do seu melhor amigo, Sam, continua a mandar mensagens para o número que lhe era atribuído. Porém, um dia, alguém atende: o Ben. Parece aconchegante e apaixonante, não é?
Sinopse
Passou um ano desde que Sam morreu. Mesmo sabendo que não vai ter resposta, Oliver não consegue parar de mandar mensagens para o número do melhor amigo. Até que um dia, acidentalmente, faz uma chamada, e alguém atende.
A voz do outro lado não é a de Sam – o número foi reatribuído e Ben tem lido as mensagens vulneráveis de Oliver há meses. A química entre eles é inegável e tudo parece perfeito. Até Oliver descobrir algo estranho que pode impedi-los de ficarem juntos…
Terna, sincera e romântica, esta história vai partir-te o coração e depois colar de novo todos os bocadinhos.
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O perigo das vírgulas malpostas de Felipe Castro

Já apresentado aqui no Esqrever, este livro editado pela Urutau apresenta um conjunto de contos que visam a reflexão e exposição da vida queer, dando ao leitor a capacidade de melhor compreender a dor e incompreensão que, infelizmente, acompanham a comunidade. Escrito por um autor português, este é dos livros que mais destaco, não só pela importância dos temas, como de incentivarmos aos nossos editores a apostar em vozes locais e que retratem a nossa realidade.
Sinopse
O perigo das vírgulas malpostas aventura-se nas profundezas da experiência queer, desafia as normas sociais e explora a complexidade da identidade, defendendo a liberdade de desejar sem obstáculos. Este livro não tem receio de expor as partes mais íntimas do corpo e da alma.
Com uma escrita crua, honesta e que provoca desconforto, o autor convida-nos a testemunhar um processo de transformação no qual a vontade de pertencer e a dor de não ser compreendido coexistem. O desconforto cede lugar à cura e ao empoderamento à medida que o eu se liberta de processos normativos impostos. A diacronia revela uma descoberta contínua da identidade, uma busca não linear.O corpo e a sua beleza escatológica são explorados sem receio e censura. O balneário é tido como um dos primeiros espaços de maior vulnerabilidade e autenticidade, experiência com a qual me relaciono. Com uma sensibilidade única, Felipe Castro denuncia e celebra a resistência queer.
Miss Major Fala de Miss Major e Toshio Meronek

Publicado pela editora Vírgula de Interrogação e vencedor do Prémio Stonewall 2024, chega-nos um livro que explora a vida da famosa ativista trans Miss Major Griffin-Gracy, onde é partilhada uma visão profundamente humana e combativa da resistência. Através das suas memórias e reflexões, a ativista expõe as feridas abertas de uma sociedade que continua a marginalizar quem desafia as normas, mas também celebra a força coletiva que nasce da sobrevivência. Com a sabedoria de quem enfrentou décadas de violência institucional e exclusão, Miss Major convida-nos a repensar o que significa liberdade.
Sinopse
O futuro da libertação negra, queer e trans explorado por uma ativista trans lendária
Miss Major Griffin-Gracy é uma veterana dos infames motins de Stonewall, ex-trabalhadora do sexo que sobreviveu ao hospital psiquiátrico Bellevue, à prisão de Attica, à crise do HIV/SIDA e a um mundo moldado pela supremacia branca. Alerta a uma geração mais jovem sobre as armadilhas da representação e a política do auto-cuidado.
Wook* | Vírgula de Interrogação
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Já conheciam estas leituras? Alguma delas vai fazer parte do vosso novembro? Eu, sem dúvida, quero concluir a saga de Adam Silvera e, assim que o fizer, podem crer que partilharei tudo convosco!
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