Los Javis: fim de uma história de amor, continuidade de uma revolução criativa

Los Javis: fim de uma história de amor, continuidade de uma revolução criativa

Javier Ambrossi e Javier Calvo, conhecidos como Los Javis, terminaram a sua relação após 13 anos de vida em comum. A notícia, avançada pelo El País, surpreendeu pela forma serena como foi recebida: a dupla mantém-se unida profissionalmente, continuando a trabalhar lado a lado em todos os projetos que têm em marcha.

Segundo fontes próximas, “estão a trabalhar juntos melhor do que nunca” e o novo filme, La bola negra, é “o projeto mais bonito das suas vidas”. A obra, inspirada num texto inacabado de Federico García Lorca, explora o que significa ser gay ao longo de diferentes épocas espanholas, com foco em «três existências» que estão ligadas por temas como sexualidade, desejo, dor e herança. O filme, com data de estreia prevista para 2026, conta com nomes como Penélope Cruz, Glenn Close, Lola Dueñas, Guitarricadelafuente e Carlos González.

Los Javis mudaram a ficção espanhola

Desde La llamada — a adaptação cinematográfica da peça que os lançou — que Los Javis se tornaram símbolo de uma nova geração criativa, capaz de misturar fé, identidade e liberdade com humor e emoção. Com séries como Paquita Salas, Veneno e La Mesías, deram voz a histórias antes marginalizadas e colocaram as vivências queer no centro do ecrã.

Através da sua produtora, Suma Content, fundada após o sucesso de Paquita Salas, Los Javis abriram portas a novas narrativas com produções como Cardo, Mariliendre, Vestidas de azul e Superestar. A sua influência vai além da realização e da escrita: foram professores em Operación Triunfo, apresentaram a gala dos Goya de 2024 e são atualmente jurados do Drag Race España, onde continuam a celebrar a diversidade e o talento com sensibilidade e humor.

Amor, visibilidade e legado

O amor entre Ambrossi e Calvo inspirou não só as suas obras, mas também uma geração que se viu refletida na sua autenticidade. Em 2017, durante a estreia de La llamada, Ambrossi pediu Calvo em casamento, num gesto espontâneo que ficou como um dos momentos mais ternos e visíveis do cinema espanhol contemporâneo.

Hoje, essa relação transforma-se, deixando de ter como base um amor romântico para continuar como aliança criativa, com o mesmo respeito e admiração que sempre os uniu.

Como escreveu Glenn Close depois de filmar com a dupla:

“Contar histórias com Los Javis é uma honra. A sua arte é inspirada e inspiradora.”

Los Javis são, e continuarão a ser, um dos faróis da cultura espanhola queer, mostrando que a criação partilhada pode reinventar-se sem perder o brilho, mesmo quando o amor muda de forma.


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