Reino Unido: Há mais pessoas a esconder a sua identidade de género no local de trabalho que há 5 anos

Brian Wong/Xtra.

O número de pessoas transgénero que escondem a sua identidade trans no trabalho aumentou drasticamente nos últimos cinco anos no Reino Unido. De acordo com um relatório da empresa de recrutamento TotalJobs, quase dois terços das pessoas trans, 65%, acreditam que é necessário manter a sua identidade em segredo de colegas para se sentirem seguras e protegidas nos seus locais de trabalho. Há cinco anos, o número rondava os 50%.

Este retrocesso é “profundamente preocupante,” disse Jon Wilson, CEO da TotalJobs. “Como pessoas empregadoras, precisamos fazer perguntas sérias sobre como melhorar e garantir que estamos a defender uma cultura que inclua indivíduos trans.

O relatório é baseado numa pesquisa da YouGov com mais de 400 pessoas empregadas trans, uma das maiores amostras de pesquisa desta temática no Reino Unido. Metade das pessoas entrevistadas disse que deixou um emprego porque o ambiente de trabalho era indesejável, um aumento de 7% desde 2016. O relatório sugere que as pessoas empregadas sentem que a sua melhor opção contra a discriminação encontrada no local de trabalho é procurar um novo emprego, em vez de confiar na intervenção de quem a emprega, isto apesar da proteção legal contra a discriminação que as pessoas trans têm sob a Lei de Igualdade de 2010 no Reino Unido. Um terço das pessoas entrevistadas relatou ter sido intimidada no trabalho, inclusive sendo deliberadamente abordada pelo nome ou pronome errado.

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Ainda assim, o estudo encontrou alguns pontos positivos: houve menos experiências negativas na busca de emprego. Por exemplo, ainda que um quinto das pessoas entrevistadas tenha dito que sofreu discriminação ao candidatar-se a um emprego, é um valor abaixo de quase um terço de há cinco anos.

Lee Clatworthy, da instituição de apoio a pessoas trans Sparkle, acredita que essa tendência positiva poderia ser incentivada ainda mais: “Recomendamos a neutralidade da linguagem nos formulários de inscrição e durante todo o processo de recrutamento para garantir que a primeira interação com a sua empresa seja a mais inclusiva possível.”

Os dados da pesquisa mostraram que o número de pessoas que reagiu positivamente a colega que se apresentava como trans permaneceu estável nos 50%, enquanto a percentagem de quem reagiu negativamente caiu de 10% há cinco anos para 5%.

Ben Hodge, um estudante trans de 21 anos em Manchester, disse que “desde o meu primeiro emprego numa loja de milkshakes quando tinha 17 anos, definitivamente vi as atitudes mudarem. O meu primeiro gerente nunca me disse nada diretamente, mas muitas vezes falava negativamente sobre outro colega trans aos meus colegas de trabalho.”

No entanto, Ben disse que ser trans ainda pode causar ansiedade no trabalho: “Se algo acontecer comigo no local de trabalho para o qual contribuí, talvez não seja apoiado. É difícil não me sentir como um cidadão de status inferior em comparação com os meus colegas, apenas por ser quem sou.

Fonte: The Guardian.

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O DUCENTÉSIMO QUINQUAGÉSIMO PRIMEIRO EPISÓDIO do Podcast Dar Voz A esQrever 🎙️🏳️‍🌈 é apresentado por nós, Pedro Carreira e Nuno Miguel Gonçalves.Neste episódio de Dar Voz A esQrever, olhamos para a contestação inédita no Festival da Canção 2026, com a maioria das pessoas concorrentes a rejeitar a participação na Eurovisão e a criticar diretamente a posição da RTP face à permanência de Israel no concurso. Seguimos até Budapeste, onde o presidente da câmara, Gergely Karácsony, arrisca uma acusação criminal por ter permitido a Marcha do Orgulho LGBTQ+, num caso que expõe o conflito entre o poder central autoritário e a autonomia municipal. No segmento Dar Voz A…, destacamos o documentário Come See Me in the Good Light, um retrato íntimo de amor, criação e mortalidade com a pessoa não-binária e poetisa Andrea Gibson como protagonista, bem como com a sua esposa Megan Falley.Artigos Mencionados no Episódio:Festival da Canção 2026: maioria de concorrentes rejeita Eurovisão e critica posição da RTPEspanha, Irlanda, Países Baixos e Eslovénia saem da Eurovisão. Portugal mantém-se num festival cada vez mais divididoGergely Karácsony, Presidente da Câmara de Budapeste, arrisca acusação criminal por permitir a Marcha do Orgulho LGBTQO Podcast Dar Voz A esQrever 🎙🏳️‍🌈 está disponível nas seguintes plataformas:👉 ⁠⁠Spotify⁠⁠ 👉 ⁠⁠Apple Podcasts⁠⁠ 👉 ⁠⁠Youtube Podcasts⁠⁠ 👉 ⁠⁠Pocket Casts⁠⁠ 👉 ⁠⁠Anchor⁠⁠ 👉 ⁠⁠RadioPublic⁠⁠ 👉 ⁠⁠Overcast⁠⁠ 👉 ⁠⁠Breaker⁠⁠ 👉 ⁠⁠Podcast Addict⁠⁠ 👉 ⁠⁠PodBean⁠⁠ 👉 ⁠⁠Castbox⁠⁠ 👉 ⁠⁠Deezer⁠⁠Se nos quiserem pagar um café, ⁠⁠⁠⁠⁠aceitamos doações aqui⁠⁠⁠⁠⁠ ❤️🦄Jingle por Hélder Baptista 🎧Para participarem e enviar perguntas que queiram ver respondidas no podcast contactem-nos via Bluesky ( ⁠⁠@esqrever.com⁠⁠ ) e Instagram ( ⁠⁠@esqrever⁠⁠ ) ou para o e-mail ⁠⁠geral@esqrever.com⁠⁠. E nudes já agora, prometemos responder a essas com prioridade máxima. Até já, unicórnios 🦄#LGBT #LGBTQ #FestivalDaCanção #Eurovisão #BudapestPride #ComeSeeMeintheGoodLight
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Respostas de 4 a “Reino Unido: Há mais pessoas a esconder a sua identidade de género no local de trabalho que há 5 anos”

  1. […] como o movimento transfóbico #SuperStraight e o aumento de armário no trabalho por parte de pessoas trans no Reino Unido. Falamos depois de Alan Turing, o pioneiro cientista informático britânico que será a nova cara […]

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  2. […] Apesar destes números que indicarão uma maior segurança para as pessoas poderem viver livremente as suas identidades, importa lembrar que também no Reino Unido há mais pessoas a esconder a sua identidade de género no local de trabalho que há 5 anos. […]

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  3. […] Rishi Sunak reforça assim o movimento especialmente intenso no Reino Unido contra as pessoas trans. […]

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