Ucrânia: Ativistas capturaram soldados russos escondidos em escritório de grupo LGBTI

Fonte: Instagram.

Um grupo de ativistas LGBTI ucraniano capturou um outro grupo de soldados russos escondidos numa cave na cidade ucraniana de Kharkiv. O ativista Viktor Pylypenko [acima] disse que os soldados não perceberam que a cave que escolheram para se esconderam também era o escritório de um grupo LGBTI da cidade. Não ficou claro se os soldados russos estavam perdidos ou a fugir da resistência ucraniana.

Pylypenko, um veterano que se juntou ao exército ucraniano na semana passada para ajudar o seu país a combater a invasão russa, disse que os membros do grupo LGBTQ lutaram e capturaram os soldados.

Estamos a enfrentar um inimigo tirânico e homofóbico”, disse Pylypenko.

Na Ucrânia, as pessoas mostram especial apreço e confiança para com quem luta na linha de frente para proteger a independência do seu país. Mas esse respeito era reservadas apenas para quem se enquadrava num sistema binário e heteronormativo, dado que a sociedade ucraniana estava convencida de que não existiam soldados LGBTI nas forças armadas. No entanto, Anton Shebetko, fotógrafo, decidiu em 2018 que era hora de mudança. Para mostrar que os rumores sobre as pessoas LGBTI não são verdadeiros e que de facto existem soldados LGBTI a lutar na linha de frente lançou o projeto “We Were Here“, no qual nove soldados participaram e um decidiu sair do armário: precisamente, Viktor Pylypenko.

Exposição “We Were Here” (2018)

Desde a invasão de Vladimir Putin, a população LGBTI ucraniana tem temido pelo seu futuro.

Embora o país não reconheça muitos dos direitos das suas pessoas LGBTI – a igualdade no matrimónio não é legal, por exemplo – o país tem, aos poucos, avançado a sua luta por mais igualdade, afastando-se da realidade vivida na Rússia, onde as pessoas LGBTI continuam a ser ativamente perseguidas e impera a chamada lei da “propaganda gay”, assinada por Putin em junho de 2013 e proíbe a distribuição/comercialização de qualquer conteúdo LGBTI considerado “nocivo” a menores.

Veronika Limina trabalha para uma associação que promove os direitos LGBTI nas forças armadas e tem dirigido um acampamento onde é ensinado a cadetes voluntários LGBTI técnicas de luta.

Pessoas soldadas e aliadas LGBTI participam da Marcha pela Igualdade em Kyiv (2019).

Ativistas LGBTI, que têm experiência de participação nos eventos Euromaidan, estão a juntar-se às forças de Defesa Territorial ou a realizar treinos em ajuda paramédica”, acrescentou ela. “As pessoas LGBTI que serviram no exército e voluntárias militares estão prontas para voltar ao seu serviço. Estamos a fazer o mesmo que o resto da nação.


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O DUCENTÉSIMO QUINQUAGÉSIMO PRIMEIRO EPISÓDIO do Podcast Dar Voz A esQrever 🎙️🏳️‍🌈 é apresentado por nós, Pedro Carreira e Nuno Miguel Gonçalves.Neste episódio de Dar Voz A esQrever, olhamos para a contestação inédita no Festival da Canção 2026, com a maioria das pessoas concorrentes a rejeitar a participação na Eurovisão e a criticar diretamente a posição da RTP face à permanência de Israel no concurso. Seguimos até Budapeste, onde o presidente da câmara, Gergely Karácsony, arrisca uma acusação criminal por ter permitido a Marcha do Orgulho LGBTQ+, num caso que expõe o conflito entre o poder central autoritário e a autonomia municipal. No segmento Dar Voz A…, destacamos o documentário Come See Me in the Good Light, um retrato íntimo de amor, criação e mortalidade com a pessoa não-binária e poetisa Andrea Gibson como protagonista, bem como com a sua esposa Megan Falley.Artigos Mencionados no Episódio:Festival da Canção 2026: maioria de concorrentes rejeita Eurovisão e critica posição da RTPEspanha, Irlanda, Países Baixos e Eslovénia saem da Eurovisão. Portugal mantém-se num festival cada vez mais divididoGergely Karácsony, Presidente da Câmara de Budapeste, arrisca acusação criminal por permitir a Marcha do Orgulho LGBTQO Podcast Dar Voz A esQrever 🎙🏳️‍🌈 está disponível nas seguintes plataformas:👉 ⁠⁠Spotify⁠⁠ 👉 ⁠⁠Apple Podcasts⁠⁠ 👉 ⁠⁠Youtube Podcasts⁠⁠ 👉 ⁠⁠Pocket Casts⁠⁠ 👉 ⁠⁠Anchor⁠⁠ 👉 ⁠⁠RadioPublic⁠⁠ 👉 ⁠⁠Overcast⁠⁠ 👉 ⁠⁠Breaker⁠⁠ 👉 ⁠⁠Podcast Addict⁠⁠ 👉 ⁠⁠PodBean⁠⁠ 👉 ⁠⁠Castbox⁠⁠ 👉 ⁠⁠Deezer⁠⁠Se nos quiserem pagar um café, ⁠⁠⁠⁠⁠aceitamos doações aqui⁠⁠⁠⁠⁠ ❤️🦄Jingle por Hélder Baptista 🎧Para participarem e enviar perguntas que queiram ver respondidas no podcast contactem-nos via Bluesky ( ⁠⁠@esqrever.com⁠⁠ ) e Instagram ( ⁠⁠@esqrever⁠⁠ ) ou para o e-mail ⁠⁠geral@esqrever.com⁠⁠. E nudes já agora, prometemos responder a essas com prioridade máxima. Até já, unicórnios 🦄#LGBT #LGBTQ #FestivalDaCanção #Eurovisão #BudapestPride #ComeSeeMeintheGoodLight
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Respostas de 3 a “Ucrânia: Ativistas capturaram soldados russos escondidos em escritório de grupo LGBTI”

  1. Foi emocionante a médica e um veterano militar que se apresentaram ao combate! Num mundo dito globalizado, os ucranianos estão resgatando ao mundo, o que toda Nação deve prezar: sua Soberania. Os ingleses devem estar refletindo embora nunca admitirao sobre a necessidade de coesão continental: união faz a força. Em conflito não adianta uma moeda “renomada” se for blindada de transacionar internacional e interbancariamente!

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  2. […] Discutimos o que a guerra significa para todas as pessoas LGBTI ucranianas especificamente, do ativismo LGBTI belicista e ainda da masculinidade dos líderes russo e ucraniano. […]

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  3. […] LGBTQ na Ucrânia pode colocar a vida em risco. Ataques contra pessoas com base em sua sexualidade e identidade de género são comuns e a polícia apenas “fica de braços cruzados e […]

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