Heartstopper é a nova série queer da Netflix que está a apaixonar fãs dos comics

Heartstopper é a série queer que está a apaixonar fãs

Heartstopper é uma doce e emocionante adaptação dos comics de Alice Oseman sobre o amor entre dois rapazes, os obstáculos da adolescência e o poder da empatia. Oseman é igualmente argumentista e produtora executiva da série que conta com Joe Locke e Kit Connor nos papéis principais.

Heartstopper conta a história de Charlie, um adolescente tímido, sensível e dedicado aos estudos, mas que enfrenta as marcas do bullying que sofreu no ano letivo anterior. Ano este em que a escola que frequenta descobriu que Charlie era gay. No entanto, tudo muda durante o novo ano letivo e a vida de Charlie ganha novas cores quando passa a sentar-se ao lado de Nick, um aluno mais velho, popular, desportista e com muitas dúvidas sobre sua própria heterossexualidade.

Hearstopper aposta na diversidade

Elenco de Heartstopper

Além da história principal, Charlie enfrenta os obstáculos da adolescência com o apoio de um pessoas próximas, mostrando assim como uma rede de apoio funciona na aceitação de pessoas com identidades minoritárias. O grupo de amizades é composto por Tao (William Gao), o seu amigo heterossexual, protetor e ciumento, Elle (Yasmin Finney), uma aluna trans que foi colega na escola, mas frequenta agora uma outra exclusiva para raparigas; e ainda Isaac (Tobie Donovan), uma personagem tímida e silenciosa.

Também podemos seguir a história de Tara (Corinna Brown) e Darcy (Kizzy Edgell), um casal que assumiu a sua relação lésbica publicamente e os desafios que isso implica no seu dia a dia. Sempre num tom ligeiro, mas autêntico, Heartstopper mostra-nos que, apesar das dificuldades ainda presentes, há também beleza além da heteronormatividade.

As redes sociais, as pesquisas feitas pelas personagens e as mensagens que trocam representam muitos dos diálogos da série, numa linguagem que se aproxima de um público jovem. A série preocupa-se em mostrar as diversas fases da descoberta de ser-se e encontrar-se queer na juventude. Não só a descoberta da sexualidade, mas também o processo de se aceitar, de tomar uma decisão e lidar com as consequências da mesma.

Também a família tem um papel fulcral na aceitação, ao escutar e apoiar quando chamada a tal, como acontece com Sarah Nelson, mãe de Nick e interpretada por Olivia Colman. O olhar e a cumplicidade rodeados de amor maternal é por vezes a mais simples e essencial resposta que precisa ser dada.

Há diferenças entre a série e os comics

Alice Oseman explicou recentemente que foram vários os desafios que enfrentou na passagem da história original no formato de comics para o de série da Netflix:

Alguns aspectos dos comics não funcionam em televisão. Nos quadrinhos, Heartstopper é uma história onde pouca coisa está em jogo. Os problemas são resolvidos de imediato, algo que não acontece normalmente em séries. Por isso, acrescentámos uma dose maior de drama”, afirmou.

Uma das mudanças mais importantes na série acontece na história que envolve Nick. No início da série, o personagem enfrenta dilemas em relação à sua sexualidade, enquanto começa a desenvolver fortes sentimentos por Charlie.

A principal mudança envolve um caminho de aceitação do Nick mais lento. Nos quadrinhos, ele também vive uma crise identitária, mas rapidamente a supera”, explicou a autora. “Na série ele tem mais tempo para se aceitar. Por isso, os episódios 4 e 5 contam com uma maior dose de drama”, afirmou Oseman.

Série feel good

A verdade é que, no mundo de Heartstopper, ser adolescente não parece tão mau. As pessoas adultas são adoráveis, os irmãos são amigáveis e a maioria das personagens adolescentes é agradável. Não sendo um mundo repleto de unicórnios e arcos-íris, há também espaço para alguma homofobia, principalmente por falta de compreensão. Mas tudo se resolve, pode dizer-se que esta é uma série feel good e se calhar é mesmo isso que precisamos de vez em quando.

Enquanto esperamos por uma nova temporada de Sex Education, poderá Heartstopper ser o compasso de espera perfeito e afirmar-se como série queer adolescente da Netflix em nome próprio? Assim parece.


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