
Manuel Gomes Samuel, chefe da missão da embaixada portuguesa em Doha, no Qatar, comentou em entrevista à SIC que estrangeiros não deverão fazer propagação do modo de vida (da homossexualidade) pela rua, pois não é necessária e é “uma questão de bom senso”.
Que não apareçam naturalmente estrangeiros que, embora possam ser homossexuais ou gostar muito de álcool, não façam a propagação desse modo de vida pela rua, porque não é necessário e também é uma questão de bom senso – Manuel Gomes Samuel.
Manuel Gomes Samuel fez também declarações de teor racista
Como se não bastasse, o chefe da missão da embaixada portuguesa na capital do Catar considerou que os trabalhadores com pele mais escura estão mais aptos a trabalhar durante mais tempo sob temperaturas que chegam a ultrapassar os 40º C. “É natural que uma pessoa que tem mais melanina na pele, portanto mais habituada a climas em que o sol tem uma incidência mais forte, tem mais capacidade, obviamente, de persistência a essas temperaturas do que um habitante, por exemplo, do norte da Europa”.
Esta é uma afirmação falsa que apenas alimenta um discurso racista, uma vez que “ao contrário de equívocos comuns, nenhuma diferença foi encontrada entre nacionalidades e grupos étnicos em termos de suscetibilidade à tensão térmica”, segundo estudo.
Ministério dos Negócios Estrangeiros repudia declarações
O Ministério dos Negócios Estrangeiros não se revê nas declarações de Manuel Gomes Samuel, mas não confirmou se mantém o mesmo em funções. “As declarações proferidas, em apreço, não representam a posição oficial deste Ministério”, condenando “da forma mais veemente possível, qualquer forma de discriminação”. Sublinhou ainda que “Portugal desempenha um papel ativo na promoção dos direitos humanos e na proteção dos migrantes, incluindo na implementação do Pacto Global das Nações Unidas sobre Migrações, no copatrocínio de resoluções no seio das Nações Unidas e no apoio à atividade da Organização Internacional do Trabalho, no sentido de garantir condições dignas para os trabalhadores migrantes, o respeito pelos seus direitos humanos e o combate a fenómenos de racismo e xenofobia”.
Em abril passado, Abdullah Al Ansari, um dos principais responsáveis por garantir a segurança do próximo Mundial de Futebol no Qatar, admitiu que pode vir a optar por proibir a exibição de bandeiras LGBTI nos estádios de futebol.

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