
Hunter Schafer, popular atriz trans conhecida, por exemplo, pelo seu papel na série “Euphoria”, revelou recentemente que foi vítima de “misgendering” no seu novo passaporte. Misgendering é um termo que se refere ao uso do género ou de pronomes que não correspondam à sua identidade de género de uma pessoa. Esta situação de Schafer é uma consequência direta das políticas anti-trans implementadas pela administração Trump.
Em janeiro, o Presidente Donald Trump, durante o seu discurso inaugural, declarou que o governo dos EUA reconheceria apenas dois sexos: masculino e feminino. Esta política, parte de uma agenda mais ampla anti-LGBTQIA+, teve repercussões significativas para a comunidade trans, incluindo figuras notáveis como Hunter Schafer.
A experiência de Hunter Schafer
Schafer explicou que, apesar de ter alterado os marcadores de género para feminino na carta de condução e em passaportes anteriores desde a adolescência, o seu novo passaporte lista agora, incorretamente, o seu género como masculino. Esta alteração ocorreu após o seu passaporte ter sido roubado durante as filmagens em Barcelona, tornando necessária a emissão de um novo.
Schafer mencionou que inicialmente duvidava do impacto da ordem executiva de Trump, acreditando que seria mais retórica do que realidade. No entanto, o “misgendering” no seu novo passaporte serviu como um lembrete das políticas prejudiciais da administração.
“Não acreditei até ver“, disse Schafer, referindo-se à ordem executiva de Trump. “E hoje vi no meu novo passaporte.”
Impacto e preocupações
Schafer reconheceu o seu privilégio como uma mulher trans celebridade, mas expressou preocupação com a comunidade trans em geral. Ela teorizou que o novo processo de passaporte envolve a verificação cruzada de certidões de nascimento, algo que não tinha sido exigido nas suas experiências anteriores. Esta mudança, acredita ela, é um resultado direto das políticas da atual administração.
“Nunca mudei a minha certidão de nascimento, o que me leva a acreditar que as agências responsáveis pelos passaportes estão agora obrigadas a verificar as certidões de nascimento“, explicou Schafer.
O “misgendering” no seu passaporte tornará as viagens e as interações com a patrulha fronteiriça mais desafiantes, pois será forçada a revelar a sua identidade trans com mais frequência. Schafer sublinhou que este problema vai além da sua situação pessoal, afetando muitos indivíduos trans que enfrentam dificuldades semelhantes.
“Isto vai tornar a minha vida um pouco mais difícil“, admitiu Schafer. “Vou ter de me assumir perante agentes da polícia com muito mais frequência do que gostaria ou do que é realmente necessário.”
“Nunca vamos deixar de existir”
Apesar dos desafios, Schafer transmitiu uma mensagem poderosa de resiliência. Afirmou a beleza e a existência das pessoas trans, declarando que nenhuma mudança administrativa poderia alterar a sua identidade. A sua posição desafiadora contra as políticas da administração Trump serve como um grito de guerra para a comunidade trans.
“As pessoas trans são lindas. Nunca vamos deixar de existir. Eu nunca vou deixar de ser trans, uma letra num passaporte não pode mudar isso. E que esta administração de f*da!“, declarou Schafer.
Resposta da Comunidade Trans
A comunidade LGBTQIA+ e as suas pessoas aliadas estão a lutar contra estas políticas transfóbicas e discriminatórias através de canais legais. O “misgendering” no passaporte de Hunter Schafer é apenas um exemplo da luta mais ampla pela igualdade e reconhecimento.
A experiência de Hunter Schafer destaca o impacto real das políticas anti-trans. À medida que a comunidade continua a defender os seus direitos, histórias como a de Schafer servem como um lembrete da luta contínua pela igualdade e da importância de nos posicionarmos contra a legislação discriminatória.

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