
O governo húngaro anunciou a proibição da Marcha do Orgulho LGBTQ+ de passar pelo centro de Budapeste este ano, alegando questões de “proteção infantil“. Esta decisão marca um grande retrocesso nos direitos LGBTQ+ e na liberdade de expressão na Hungria.
O chefe de gabinete de Viktor Orbán, Gergely Gulyás, declarou que a marcha não será tolerada no centro de Budapeste. Em vez disso, sugeriu, ironicamente, que o evento se realize num “espaço fechado“. Esta medida foi justificada com a necessidade de proteger as crianças, uma alegação que tem sido amplamente criticada por ativistas e organizações de direitos humanos.
A Budapest Pride, organização responsável pelo evento, classificou as medidas do governo como “teatro político” e garantiu que o protesto vai acontecer. A organização destacou que a marcha é uma manifestação importante para a comunidade LGBTQ+ e para toda a população húngara que deseje expressar as suas opiniões e defender os seus direitos.
Críticas internacionais à postura de Orbán contra a comunidade LGBTQ+
A decisão do governo húngaro foi amplamente criticada pela comunidade internacional. Neela Ghoshal, diretora sénior da organização LGBTQ+ Outright International, afirmou que “a ideia de forçar o evento a ficar num espaço fechado ridiculariza o próprio conceito de orgulho LGBTQ+“.
Sobre a alegada preocupação com a segurança de crianças e jovens, Ghoshal relembrou que “existem crianças queer, trans e intersexo – e elas enfrentam violência extrema e discriminação. Se Orbán está realmente a agir em nome das crianças da Hungria, não pode escolher quais proteger.”
A Marcha do Orgulho LGBTQ+ de Budapeste vai acontecer garante organização
A Hungria, membro da União Europeia desde 2004, já tem um histórico de medidas restritivas contra a comunidade LGBTQ+. Em 2021, o governo aprovou uma lei que proibia a divulgação a menores de 18 anos de conteúdos relacionados com homossexualidade ou identidade de género. Esta lei foi criticada pela União Europeia e levou a um processo contra a Hungria no Tribunal de Justiça da UE.
“Se a lei sobre ajuntamentos for adulterada de alguma forma, será uma admissão de que a Hungria não é mais uma democracia“, disse Zita Hrubi, porta-voz do Budapest Pride.
Os preparativos já estão a acontecer e este ano o evento “é mais importante do que nunca”, informou Hrubi. “Houve Orgulho, há Orgulho e haverá Orgulho“, rematou.

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