
Celebramos hoje 51 anos de democracia e 50 das primeiras eleições livres. Mas, para muitas pessoas, a liberdade não chegou com o fim da ditadura.
O 25 de Abril foi um ponto de viragem. Derrubou a censura, abriu portas à participação política, trouxe direitos. Mas nem todas as pessoas foram imediatamente incluídas nessa promessa de liberdade.
Para a comunidade LGBTQ, o caminho começou devagar. A homossexualidade só deixou de ser crime em 1982. A discriminação legal foi sendo combatida ao longo das décadas: o casamento, a adoção, o reconhecimento das identidades trans, o fim da discriminação na dádiva de sangue, a criminalização das “terapias de conversão” – tudo isso veio muito depois da Revolução dos Cravos.
Foi o 25 de Abril que tornou estas conquistas possíveis, mas não as garantiu. Porque a liberdade não se limita a um único dia ou a uma memória. A liberdade é contínua. A liberdade constrói-se todos os dias – nas leis, nas ruas, nas escolas, nos afetos.
E hoje, com o crescimento de discursos que tentam apagar direitos conquistados, mais do que nunca importa dizê-lo: o 25 de Abril ainda não terminou.
Continuamos a escrevê-lo nas nossas lutas, nas nossas histórias, na nossa existência. Porque a liberdade só será real quando incluir todas as pessoas, especialmente quando sabemos que as primeiras a serem perseguidas são as pessoas mais vulneráveis. As primeiras, mas não as últimas. Por isso o 25 de Abril diz respeito a todas elas. A todas nós.
Que sejamos, hoje, para sempre e orgulhosamente, 25 de Abril 🌹🌈

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