Pelo fim de todas as formas de violência contra as mulheres, mas não apenas

A 25 de Novembro marcha-se no Dia Internacional pelo Fim de Todas as Formas de Violência contra as Mulheres, apenas 5 dias após ser celebrado o Dia Internacional da Memória Trans que visa homenagear todas as vítimas de crimes transfóbicos ou de motivação transfóbica. Neste dia, por vários pontos do país, várias centenas de pessoas marcharam contra o machismo, contra a masculinidade tóxica, contra a discriminação instituída pelos diversos orgãos de poder, pela discriminação no trabalho e/ou na escolapelo fim de qualquer forma de violência perpétuada contra as mulheres.

É certo e fundamental entender todas as formas de violência perpétuadas contra mulheres nas suas várias esferas: institucionais, segurança, saúde, educação, vida social. Porém, é legítimo que a violência contra pessoas LGBTI, também, de alguma forma, aqui esteja incluída.
Na sua génese, a violência contra pessoas LGBTI, seja pela orientação sexual, identidade de género ou características sexuais, é uma representação de formas de misógenia e machismo. Não é possível, de forma clara, separar violência homofóbica, bifóbica, transfóbica ou interfóbica da forma como transgride o padrão hegemonico de uma sociedade patriarcal, em sua maioria, cis-hetero-mono-normativa. De uma forma colateral, todas as formas de violência perpétuadas contra mulheres são também aplicáveis, na sua generalidade, a determinadas minorias sociais.

Porém, é importante frizar que o enquadramento social desta mesma violência é formalizada de formas diferentes para diferentes grupos sociais. Em consequência, intepretar a violência percebida por uma mulher cisgénero é diferente de interepretar a violência percebida por um homem transgénero ou uma mulher transgénero. Tal como, interpretar a violência do ponto de vista de uma mulher hetero é diferente de interpretar a violência do ponto de vista de uma mulher lésbica. Existe violência específica que assiste a cada grupo, por quanto, a luta só pode ser una quando estas especificidades são tidas em conta num contexto mais alargado.

Pela necessidade de continuar a criar medidas que salvaguardem os direitos de todas estas pessoas é necessário continuar marchar. Direitos esses que têm consecutivamente tido retrocessos em vários locais do globo. Torna-se fundamental agir. Esta é uma causa de todas as pessoas e que, deste modo, se quebre o silêncio permanente.

Por isso se marchou, por um mundo menos silêncioso, por um mundo convicto da mudança, por um mundo onde não haverá violência, por um mundo onde podemos decidir sobre nós, na autodeterminação pelo próprio corpo, o combate ao policiamento, o direito à autonomia e liberdade sexual. Pelo fim das discrimações sistémicas, pelo fim das microagressões, pelo fim da violência no espaço público e privado.

Pelo fim de todas as formas de violência contra as mulheres!

Contra a violência machista, age!

 

Fonte: Imagem.

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