Carlo Maria Vigano, arcebispo e antigo embaixador do Vaticano, afirmou publicamente que a razão dos abusos sexuais e pedofilia na Igreja Católica se deve à homossexualidade de membros do clero. “É hipocrisia recusar admitir que este flagelo se deve a uma grave crise na vida espiritual do clero e não tomar medidas para resolvê-lo“.
Estas afirmações vêm na sequência de uma polémica com o ex-cardeal Theodore McCarrick, que tinha tido já o seu papel restrito devido a acusações de abusos sexuais a seminaristas durante o papado de Bento XVI. Foi reabilitado por Francisco apenas para se ver obrigado a retirar aquando de novas acusações de abusos a menores. Vigano, embaixador do Vaticano entre 2012 e 2016, faz fortes críticas ao Papa Francisco enquanto reforça o velho estereótipo de abuso a menores por pessoas homossexuais.
Nada de novo portanto. Continuamos a aceitar que pessoas com este alcance digam barbaridades destas impunemente porque são católicos e é uma questão de crença pessoal que não deve ser contrariada. Mesmo quando existem estudos inumeráveis que recusam qualquer correlação entre violência sexual e orientação sexual. O discurso de ódio da Igreja Católica continua a são e salvo e estas bestas continuam a endoutrinar milhões de fiéis mundialmente e a reproduzir o preconceito como um vírus. E falo também do tão benevolente Papa Francisco que, mascarado de falso progressista, continua a perpetuar a homossexualidade como doença.
É mais fácil gritar “A CULPA É DOS FILHOS DA PUTA DOS GAYS” do que reconhecer o verdadeiro problema de qualquer abuso sexual: a relação de poder entre agressor e vítima. E bem mais seguro culpar os paneleiros – afinal de contas eles já estão habituados – do que olhar ao espelho e perceber que o problema está do outro lado. E ainda me perguntam porque raio me dei ao trabalho de pedir a apostasia. Vão-se encher de moscas. Todos (linguagem não inclusiva propositadamente utilizada).
Fonte: Expresso