
A velha máxima «somos todos iguais na diferença» não é uma frase feita. E deveria, efetivamente, ser filosofia de vida para muitos [ditos] cidadãos. O respeito pelo outro é um valor cada vez mais escasso. A diferença causa o espanto e até estranheza na forma de pensar das pessoas, principalmente nas mais conservadoras e que têm uma mente menos recetiva ao que é novo.
Já o expliquei aqui várias vezes, no entanto nunca é demais relembrar. Escrevo com vistas a informar, com o objetivo de que pelo menos uma pessoa leia as palavras que alinhavo umas às outras e que consiga mudar ou aclarar algo na sua mente. A escolha dos vocábulos tem de ser a mais adequada e nem sempre isso é fácil.
Escrevi um artigo sobre a cor do género e outro que também abordou questões de orientação. Neste último, surgiu um comentário onde se referia que o indivíduo e «o sexo que pratica e com quem o pratica é que o define». Agradeço à pessoa que escreveu estas linhas, pois deu-me o tema para este artigo. Respondi-lhe imediatamente e tentei explicar que um indivíduo não se reduz à sua atividade sexual, essa é apenas umas das caraterísticas que o define.
À parte da orientação sexual, ainda existe a identidade e expressão de género, assim como o nosso próprio sexo biológico. Todas estas caraterísticas ou condições humanas definem quem somos, pois estão presentes e marcam a diferença na sociedade. Não podemos ser todos iguais. Evidentemente que, de outro ponto de vista, também as vivências e circunstâncias da vida definem cada indivíduo; não apenas a orientação e género.
São, portanto, todas estas diferenças que nos constituem enquanto sociedade e enquanto cidadãos conscientes e com voz ativa. Uma voz ou personalidade, por assim dizer, que não se limita apenas a questões de género ou orientação sexual. Falo de uma identidade muito mais alargada, um ADN ou caráter, se quiserem. A pessoa que somos é muito mais do que aquilo que fazemos na cama com quem nos dá na gana.
Considero as diferenças de cada um aquilo que enriquece a personalidade. As minhas diferenças podem não ser as mesmas da pessoa que está ao meu lado, mas certamente que o irão enriquecer enquanto indivíduo e cidadão. Todos estes contrastes fazem com que sejamos iguais num mundo imperfeito. Porém, um mundo belo. Cheio de gente interessante para descobrir e acrescentar qualquer coisa à nossa personalidade. As diferenças são bonitas. E a igualdade ainda lhes dá mais brilho.
Acham que podemos ser todos iguais com as nossas diferenças?
Fotografia por Gerd Altmann
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